'TÁ NA MODA... 'TÁ NA MERDA !
'TÁ NA MODA... 'TÁ NA MERDA !
I
Nesse Brasil "tão moderno"
a Vida 'stá mesmo "phoda"...
se pra uns é "um inferno",
alguns poucos seguem moda.
Viajam para a Europa,
são assunto de fofoca
em festinhas de alta roda.
I I
Se entram numa padaria
compram tudo do "bem-bom";
"limpam" meia doceria
pra alegria do patrão.
Saem cheios de sacolas,
3 litros de Coca-Cola,
mais bolos, sonhos e pão.
I I I
O pobre por ali roda,
traz no bolso 10 "vinténs"...
vê a família "da moda",
de inveja não se contém !
Só riqueza é que se herda,
se é pobre vive "na merda",
sem compaixão de ninguém !
I V
Olha bem triste a vitrine,
ronda qual mosca o balcão...
por nada não se define,
ali nada é 10 "tostão" !
Escolhe 3 pastéizinhos
-- "cheios de vento", magrinhos --
e sai co'a "cara no chão" !
V
Sendo jovem -- bem na moda --
passeia todo rasgado,
porém ninguém o incomoda,
é bem visto em todo lado.
Se anda o pobre desse jeito
é olhado com despeito,
o apontam "desocupado" !
V I
Se é pastor "do Bolsonaro"
está sempre bem vestido,
com um carrão -- do mais caro --
e é dono até de Partido.
Já pastorzinho "chulé"
não tem "bike", segue a pé,
maltrapilho e desnutrido.
V I I
Essa Vida não tem graça,
para o pobre é só perda...
mesmo AUXÍLIO é "desgraça",
lhe tiram das mãos a verba.
Vai ao Banco, vê seu nome
mas a grana um ladrão "come"
e êle xinga: -- "PUTA MERDA" !
V I I I
Já no FACE, um bancário
se exibe todo pimpão;
'tá na moda o salafrário,
gasta grana de montão.
Relógio e sapato caros,
roupa da marca Viccaro...
na Loto não ganhou, não !
I X
Se a mocinha -- bem gostosa --
passa ao lado, dá sorriso
pro "playboy" e, prestimosa,
cede o "cell", se fôr preciso...
ao rapaz pobre, gabola,
pensa que êle quer esmola:
joga 2 reais no piso !
X
Pobre e rico -- na igreja --
têm maneiras bem distintas:
'barão" dá quanto deseja
e o pobre disfarça, "finta"...
mão fechada -- na sacola --
em vez de pôr, tira esmola,
'inda sai de "cara limpa" !
X I
Lá fora, "fala" com Deus:
-- "Queres dinheiro... pra quê ?!
Também sou um filho seu,
entenda Vossa Mercê !
A Igreja já tem "muinto"
e eu 'tô quase um defunto...
preciso sobreviver" !
X I I
Quando lhes chega o fim,
co'o rico seguem -- em coro --
serafins e querubins...
o esquife bordado a ouro.
Vai co'o pobre a filharada
(ao redor, a cachorrada)
em caixão feito de couro.
X I I I
Ao entrarem lá no Céu,
dão bela cadeira ao nobre...
para não ficar ao léu
dá-se uma vassoura ao pobre.
-- "Me roubaste lá na Terra...
agora, vê se não erra
para que, pra ti, "não sobre" !
X I V
Segue assim a existência...
cantando, quem "'tá na moda" !
Resta aos demais resistência
que um viver ruim é "soda" !
O pobre corre pra "pinga"...
pra "não dançar", pula e ginga
pois quem "não se vira, RODA" !
X V
Quem "'tá na moda" sorri,
quem é pobre sofre e chora...
todo político RI
e todo eleitor deplora
o Brasil sempre "na merda" !
Os ERROS o povo herda...
solução 'inda demora !
"NATO" AZEVEDO
(31/ago 2022, 18hs)