Destino cruzado.

Veja o assunto, leitor

Do qual eu quero falar

Das crendices populares,

Cartas ou jogo de azar

Não fazendo apologia

Só quero o tempo passar.

Vou contar um sonho meu,

Para que seja entendida,

A história a ser contada,

Bem no ponto e na medida

Precisei duma cigana,

Decifrando a referida.

Eu me via em um deserto,

Que mais parecia o mar

A água me rodeando,

E eu, sem saber nadar

Devido ao medo da morte,

Comecei a delirar.

No delírio, eu procurava

O meu destino entender

Buscava, acima e abaixo,

Um alguém pra me dizer,

Do futuro ou predição

O que ia acontecer.

Na palma da minha mão,

Era lida a minha vida

Decifrei nessa leitura,

Uma passagem atrevida,

De uma trilha sinuosa

Onde eu estava envolvida.

Já nas cartas do tarot,

Eu buscava uma esperança

Vi surgir um cavaleiro,

Representando a mudança

Com ele, um amor eterno,

Pra fazer uma aliança.

Por um tempo impreciso,

Eu implorava ao destino,

Quando encontrei um valete,

Com aspecto clandestino

Mandou-me seguir um norte,

Perdi-me e fiquei sem tino.

Encontrei uma pombinha,

Que me deixou comovida

Falava de um tal amor,

Como sendo de outra vida

Recomendou parcimônia

Pra lhe encontrar resolvida.

Bem depois vi um navio

Indicando travessia

Um Rei de Ouros, o sonho

Ele me aparecia

Nós dois na embarcação,

Numa miragem que havia.

Depois com a carta nuvem,

De natureza confusa

Que no caminho traçado,

Naquela direção fusa

Outra pessoa aparece,

Mas vai embora, recusa.

Para não perder a crença,

Surgiu a carta serpente

Nela, eu confiei bastante,

Pois era esperta e valente

Quando se mostrou no jogo,

Comigo foi conivente.

Mas então chegou a foice,

Que não teve polidez

Fez duvidar do acaso,

Se ele existe talvez

Pois o amor e a sorte,

É só um de cada vez.

Com patuá na corrente,

Indicando onde atracar,

Acordei me encontrando,

Com a história pra contar

Acreditei na cigana,

Que me ajudou a enxergar.

Ela estava bem ali,

Com seu vestido de chita

Me esperando na praia,

Com aquela lua bonita,

O silencio ali reinava,

Naquela paz infinita.

Trazia um olho grego,

Em formato de pingente

Pendurado no pescoço,

Parecia reluzente

Me senti fortalecida,

E ali me fiz mais crente.

Me deu um pé-de-coelho

E, com ele, um recado

Que eu não tirasse do bolso,

O conservasse guardado

Para afastar a inveja,

Ou então um mal logrado.

Levantou a mão e foi

Saindo devagarinho...

Simbologia da figa,

Eu entendi direitinho

De energias negativas,

Afastando rapidinho.

De longe eu ainda via,

Apontando para o céu,

Mostrando uma estrela

Que saía atrás dum véu

Era fácil ver seis pontas,

Desenhadas com pincel.

Finalizando os conselhos,

Lembrou-me da ferradura

Me disse que a vida é doce,

Mas que virá amargura

Pra eu nunca me esquecer,

De usar da minha doçura.

Com um estalar de dedos,

Me fez entender o sonho

Trazendo a realidade,

De modo que até suponho,

Se acaso existe azar,

Pra isso não me disponho.

Querendo finalizar,

Afirmando ser normal,

Uns acharem que é folclore,

Ou formação cultural

Essas crendices do povo,

"Bem-vistas" como um sinal.

São muitas indicações,

Destino, agouro ou sorte,

Em trevo-de- quatro-folhas,

Talismã, como suporte

Ou mesmo em superstições,

Qualquer coisa que lhe importe.

A intensão do cordel,

Foi chamar sua atenção,

Esse assunto é divergente,

E merece discussão

Tem quem aceite na boa

Outros fazem negação.

Mas a resenha escrita,

Foi para lhe atiçar

Pois cartas, jogos, destino,

Você pode acreditar

Se entender os sinais ,

Que a vida vai lhe mostrar.

Eu quero é me divertir,

Aproveitar bem a vida,

Do lado de um cavalheiro

Muita sorte merecida,

Pra contar noutros enredos,

História bem parecida.

Luzinete Fontenele
Enviado por Luzinete Fontenele em 29/08/2022
Reeditado em 12/12/2022
Código do texto: T7593764
Classificação de conteúdo: seguro