Meu grito
Muito além do infinito,
Amiúde, lanço um grito,
No esfuziante rito,
Em perfeito pundonor.
Sem balbúrdia, sem dilema,
Sigo a ordem do poema,
Solução sem o problema,
Grito ensurdecedor.
Declamando a poesia,
Minha voz sempre irradia,
Faço versos todo dia,
E não perco a inspiração.
Faço quadras, faço trovas,
Submeto-me às provas,
Sensibilidades novas,
Em um só diapasão.
O meu grito é ameno,
De um timbre bem sereno,
Muito embora, tão pequeno,
Pro poema que eu fiz.
É um texto exacerbado,
E porém, inacabado,
Inocente e culpado,
Ora réu, ora juíz.