A VIRTUDE DOS ALGOZES
Tenta-se cada vez mais ser um Ser
Destes que carregam as ilusões,
E desta forma viver das paixões
Daquelas que nunca lhes dão prazer,
E quando sim, há rastros de sofrer.
Na tentativa de romper barreiras
Tantas vezes de lágrimas faceiras,
Porque ser tudo que nunca se pode
O Ser metamorfose do bicho bode
Não modifica sonhos de trincheiras.
O bode faz chacota com chifradas
E não dá espaço pra crescimento,
Ver naquele ser frágil movimento
Cessando quase todas caminhadas,
Nessas paixões, tantas desencontradas.
Seres por vezes mesclados sem vozes
Captam os famélicos albatrozes
Que lutam com insaciáveis brutos
Voando no pensar destes astutos
Na singular virtude dos algozes.