A VIRTUDE DOS ALGOZES

Tenta-se cada vez mais ser um Ser

Destes que carregam as ilusões,

E desta forma viver das paixões

Daquelas que nunca lhes dão prazer,

E quando sim, há rastros de sofrer.

Na tentativa de romper barreiras

Tantas vezes de lágrimas faceiras,

Porque ser tudo que nunca se pode

O Ser metamorfose do bicho bode

Não modifica sonhos de trincheiras.

O bode faz chacota com chifradas

E não dá espaço pra crescimento,

Ver naquele ser frágil movimento

Cessando quase todas caminhadas,

Nessas paixões, tantas desencontradas.

Seres por vezes mesclados sem vozes

Captam os famélicos albatrozes

Que lutam com insaciáveis brutos

Voando no pensar destes astutos

Na singular virtude dos algozes.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 08/08/2022
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