CORDEL – Mote – Não vejo nada arriscado – Para o povo decidir – 21.07.2022 (PRL)

 

CORDEL – Mote – Não vejo nada arriscado – Para o povo decidir – 21.07.2022 (PRL)

 

Oitavas de sete sílabas poéticas

Esquema de rimas ABABCDCD

Interações à vontade

 

(01)

Nossa imprensa brasileira

Se deitou nessa invenção

Para mim é só asneira

A tal polarização

Um argumento forçado

Que daqui vou arguir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(02)

Um homem de ficha limpa

Contra alguns de ficha suja

Para mim isso é supimpa

Inda penso que ele fuja

Porque sendo rejeitado

Nas ruas não pode vir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(03)

Mas me lembro das consultas

Que dizem de opinião

Esses caras não têm multas

Enrolando o cidadão

Alguns mentem um bocado

Não podemos proibir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(04)

Se pesquisar no Nordeste

Muito claro, tudo indica

O pobre está sempre em peste

E quase sempre claudica

Falo aqui contrariado

Então se pode concluir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(05)

Ontem lá em Garanhuns

Naquela aglomeração

Foi sucesso para alguns

Que preferem a facção

Não foi muito festejado

Deu vontade de sumir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(06)

O PT já foi bem mais

Por esta banda aplaudido

Porém nos botou pra trás

E ficou comprometido

Muitas vezes processado

Procurando corrigir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(07)

O governo está entrando

Devagar, devagarinho

Mas o Nordeste ganhando

Do país um pedacinho

A água chegou no roçado

Para a lavoura nutrir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(08)

Das secas demos adeus,

A plantação foi molhada

Esses eram sonhos meus

As safras vêm de lapada

O matuto agraciado

Sempre pra Deus a pedir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(09)

Esta safra foi demais

Deu muito milho e feijão

Os nordestinos leais

Votam na situação

Isso foi um grande achado

Não sinto porque mentir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(10)

Penoso foi que não houve

O festejar de São João

O bom mesmo é que se louve

A postura da nação

O nordestino cansado

Com seu suor no vestir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(11)

Já convivi muitos anos

Com o povo do Sertão

São muitos os desenganos

Para eles estendo a mão

É singelo o meu agrado

Chorei ao me despedir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(12)

Vi matuto lá... com fome

Um horror o seu viver

Mas tem gente de renome

Que gosta do padecer

E quanto mais machucado

O pobre deve exigir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(13)

Nos encontros da direita

Sai gente pelo ladrão

E não dão valor à seita

Porque o povo é cristão

Não mais vai ser enrolado

Até porque quer luzir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(14)

Apesar de toda ajuda

Que para esquerda concede

Muita gente fiou muda

Mas o gosto não se mede

Tem juiz bem agitado

Porque prefere insistir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(15)

E mantém a decisão

Que causou tanta estranheza

Engrossou a procissão

Que ficou uma beleza

Foi um plano mal bolado

Que jamais vão abolir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(16)

Mas setembro vai chegar

Vai ser muita alegoria

As pessoas vão bradar

Com toda sabedoria

Pois o povo está chocado

Dele não vamos fugir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(17)

São movimentos de paz

De amor ao nosso país

Quando queremos se faz

São os sonhos da raiz

Porque se sonha acordado

Para verdade reunir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(18)

Porquanto no mês de outubro

Numa festa salutar

Rogo a Deus, Dele me cubro

Mesmo que fora do altar

Mas sempre tenho rezado

Quem quiser pode aferir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(19)

Vai ser no primeiro turno

Três pra um é razoável

Inda bem que é diurno

Situação invejável

O povo juramentado

Seu direito vai cumprir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(20)

Alguma coisa me diz

Mas não sei quem me soprou

Nessa questão tem um xis

Mas acreditar eu vou

Já estaria acertado

Para um deles desistir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(21)

Mas o Temer vai chegando

Devagar, sem supetão

Tem candidato mimando

Para estender sua mão

Virá um cara aloprado

Como vice vai surgir

Não vejo nada arriscado

Para o povo decidir

(22)

Agora, que completei

Nada me resta fazer

Salve sempre nosso Rei

INRI nosso florescer

Longe de mim o legado

Guardo esse meu deduzir

Uma vez nada arriscado

Sobre o poro decidir

 

SilvaGusmão

 

 

 

ansilgus
Enviado por ansilgus em 24/07/2022
Reeditado em 31/07/2022
Código do texto: T7566655
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