ÚNICO PRATO DO DIA

Quando o menino nasceu

O pai ficou tão contente

Ele ainda muito jovem

Da vida inexperiente

Mal sabia o que viria

Na aurora do próximo dia

A maldita fome insolente.

 

E quando se viu perdido

Ele então bateu o pé

Deixou a sua família

Largou o filho e mulher

Sem peso na consciência

Não deu nenhuma assistência

Nenhuma ajuda sequer.

 

Com fome o filho chorava

E sua mãe chorosa dizia:

- Estuda, meu filho, estuda!

Para sair dessa agonia,

Mas a desgraça da fome

Que mata menino e homem

Era o único prato do dia?

JOEL MARINHO