MENTIRAS DE ZÉ TOSTÃO (Conversa de Bêbado) - Reedição
Ontem vi o Zé Tostão
Bebendo pinga bum bar,
Dizendo ter um milhão
E dois iates no mar,
E também um avião
Só pra ele passear.
Diz que já surrou Lampião
E fez Corisco chorar,
Dando-lhe um bofetão
Pra ele se ajeitar.
E pra pedir seu perdão
Fez os dois se ajoelhar.
Disse que sabe tocar
Melhor que o Rei do Baião,
E que sua sanfona faz balançar
Todo o solo da nação.
E ninguém fica sem dançar,
Nem mesmo o sacristão.
Na cheia do ribeirão
Zé Tostão pôs-se a falar:
Isso é uma bênção,
Ninguém vai se preocupar,
Vou fazer um paredão
Pra essa água represar.
Zé Tostão foi viajar
Para o Afeganistão,
Lá o quiseram pegar,
E ele disse: “Ei, não vem, não!
Não vim aqui pra brincar,
Eu sou filho do Sertão!”.
Capturou um grande tubarão
Quando no mar foi pescar,
E foi grande a confusão
Sobre as águas do mar,
Sujigando com a mão
Fez o bicho se aquietar.
Disse que pegou um leão
E fez ele se deitar,
E o amarrou num pilão
Para ele se acalmar,
E com uma açoiteira na mão
Fez o felino chorar.
Disse que pegou Sansão
E o cabelo quis cortar,
Ficou feroz o valentão,
Mas ele o fez parar,
Dizendo-lhe: “Sou Zé Tostão,
É melhor se acalmar!”.
Disse que lá em Plutão
Ele resolveu morar,
E só volta aqui pro chão
Quando de lá se cansar,
Voltando pra sua mansão
Pra de novo descansar.
Disse que tem um salão
Do tamanho de um mar,
Onde mantém um montão
De mulheres para amar,
Dizendo que Zé Tostão
Tem dinheiro pra gastar.
Uma obra de ficção.
Autor: Edimar Luz.
Picos-PI, setembro de 2021.