André Peixoto – homenagem ao meu Avô.
Venho prestar homenagem,
A ele tiro o chapéu,
Seu nome André Peixoto
Grande poeta de cordel
Que a mais de 28 anos
Foi fazer versos no céu.
Nasceu em São Felipe,
Se criou pela Bahia,
No Convento da Piedade,
Trabalhou na Sacristia,
Ajudava Frei Damião,
Mas não era o que queria.
Nessas suas andanças
Pelo Recôncavo da Bahia
Veio parar em Cruz das Almas,
Na Escola de Agronomia,
Onde trabalhou como pintor
Até a aposentadoria.
Pregava a Reforma Agrária,
Criticava a burguesia,
Dizia que a terra não tem dono,
Mas que a todos pertencia,
E que a classe operaria
Por direito a merecia.
Vigiado e perseguido,
Nos tempos da ditadura,
Teve a casa revistada,
Queimaram suas escrituras,
Mas as convicções do poeta
Vão além da sepultura.
Seus versos impregnados
De justiça tão somente,
Transformavam seus cordéis,
Num punhado de sementes
Arrancavam um sonho de um lado
Brotava outro na frente.
Os cordéis de André Peixoto
Nos trazem muita alegria,
É que a essência do poeta
De forma assim bem dileta
Segue na poesia.
Luiz H. Peixoto