No varal da Rua Pamplona...
Nunca imaginei escrevendo,
Sobre um utilitario varal,
Uma simples corda estendida,
Fixada nos muros do quintal.
Um fio esticado em um vão,
Com roupas que vêm e vão,
A dinâmica do bem e do mal.
*
São roupas brancas, coloridas,
Penduradas ao sol e ao vento,
Úmidas, molhadas ou secas,
Sempre expostas ao relento.
Algo normal no sol do verão,
Mas que incomoda o coração,
Cujo tempo passa mais lento.
*
Varal, se pudesse desatá-lo,
De onde permanece fixado,
Seria um sinal do ir embora,
De roupas e panos guardados,
Varal vazio requer despedida,
De quem parte, rumo a vida,
A atar outros desembaraços.
São Paulo, 07 de Março 2022.