O MUNGANGUEIRO DE PLANALTINA
O mungangueiro de Planaltina
Miguezim de Princesa
I
Um sujeito muito alto,
Com as pernas muito finas,
Saiu de uma fogueira,
No centro de Planaltina,
Com a calça embandeirada
E cheirando a gasolina.
II
- Sou o raio da silibrina! -,
Gritou para o deputado,
Ficou fazendo careta
De um jeito debochado,
Quando levou uma dedada
Do ilustre delegado.
III
- Cabra despranaviado! -,
Alertou a autoridade.
- O candidato falando
E você com falsidade,
Se acabando na munganga
E se achando beldade.
IV
O cabra pegou na mesa
O rabo de um peixe assado
E partiu para furar
O peito do delegado,
Quando uma voz lá alto
Gritou: "Está amarrado"!
V
Ele arregalou os olhos
E pinotou no terreiro,
Uma moça de Poranga
Correu atrás, bem ligeiro,
E quase que mata o cabra
Com um pau de bater tempero.
VI
Sei que o bicho é bem arteiro,
Confusão de fim de feira.
Depois de uma oração,
Ele sumiu na fogueira,
Com o dedo do delegado
Fazendo "cosca" na beira.