POSE E NÃO POSE

Pose e não pose!

I

Toda a posse não é minha.

Posso provar o que digo,

Pois a casa onde eu moro,

É apenas um bom abrigo.

Tudo está a nós emprestado...

Para não ser um mendigo.

II

Não é mera dicotomia.

São minhas as convicção,

Que entendo por realidade:

E não de outrem citação,

Só o ser é somente nosso,

Tá na configuração.

III

Só com o passar dos dias!

Vemos a disparidade:

Ao praticar o bom senso,

É que vemos paridade,

Desta opaca situação.

Com proporcionalidade.

IV

O Insensato põe valores.

E se acha dono acredite,

E que é de algo proprietário,

E não aceita um só palpite.

Não cré! Que é guarda fiel:

E ver posse sem limite...

V

Diante do que tá exposto,

Afirmo não ser regra...

São minhas observação!

E a ninguém não segrega:

O pensar bem diferente,

Não é jogo de pata cega.

VI

O que disse ratifico:

Jamais de nada sou dono.

Tudo é para uso e fruto.

Na batuta do patrono!

Que tudo bem controla,

Por fim! Não tenho trono.

VII

E muitos assim como eu!

Tem-se bem perguntado.

O porque é dessa maneira?

Do morrer rude e letrado,

Do Jovem, bebê e o velho,

E ainda rasos e graduado.

VIII

Neste exato real momento:

A bola tá mil por horas...

Passando por mil lugares,

A rever as mil auroras....

Que é tragada pela noite!

A depender de onde moras.

IX

Como tudo tem um rumo.

A vida não tá parada,

Vejo com o olho do corpo,

E com a alma emancipada.

De tal e tal bem ratifico.

Não sou eu dono de nada! ...

X

Irei logo estender a linha.

Para depois pôr o esquadro:

Mas que boa sorte é a minha!

De conviver no quadrado.

Ajustado ao prumo e o nível:

Pra ver meu ser enquadrado!

XI

Oh! Como é grato saber.

Que a morte não existe...

Que é pobreza vocabular:

E quem na ideia crê persiste,

Nesta ignorância real.

E fora da luz resiste.

XII

A buscar tal propriedade...

Faz rebuscadas ideias,

E encontram outro formato,

Do além das prosopopeias:

Dos idos tempo marcado.

A morte e crenças ateias.

Maranguape, 24 de junho de 2022

(Voltaire Brasil)