UM FORRÓ ENDIABRADO

Vou contar uma história

que comigo aconteceu

na época de são joão

isso se assucedeu

veja só o resultado

de um forró endiabrado

inté o cão dançou mais eu

Cheguei ne campina grande

a capital do forró

pelas ruas da cidade

tinha gatinha que só

ai pensei tô armado

vou pro forró perfumado

pra pegar meu pão de ló

cheguei no carramanchão

a festa tava um fervor

começei a procurar

uma mulher de valor

encostei numa sá dona

enquanto isso a sanfona

era só pisa na fulô

O forró que se dançava

dentro daquele recinto

Era um forró aprumado

que chega lustrava o cinto

Do suór que escorria

chega o riacho descia

é verdade que eu não minto

licor tinha pra escolher

do que quisesse tomar

pra mais de 300 litros

pra mode dos pé inchar

licor de todas as cor

litro de todo sabor

genipapo e maracujá.....

de repente um circuito

no salão se acendeu

foi labareda voando

no entanto ninguém correu

pegou fogo num carro 'logos'

e o povo achou que foi fogos

que os meninno acendeu

o logus pegando fogo

e o povo achando bonito

fogueira de pobre é estaca

e queimando o carro de um rico

e o dono nem sabia

que o seu carro derretia

que nem solda em maçarico

de repente no escuro

eu senti um puxavão

tomaram minha parceira

ai não deu certo não

no breu mesmo palpei outra

lasquei um beijo na boca

que ardeu igual quentão

senti que a minha parceira

tinha o couro endurecido

matutei isso é o sol

desse sertão esquecido

passei a mão pelo lado

no meio da bunda um cabo

ai fiquei surpreendido

começei a matutar

disse esse forró não presta

tinha rabo igual a vaca

tinha dois chifres na testa

ai chamei por jesus

e pedi acende a luz

tem um boi dentro da festa

quando acenderam a luz

menino foi um estrondo

tinha rabo igual a vaca

ainda tinha os pé redondo

eu gritei sai cramulhão

ele gritou saio não

eta forró do assombro

nessa hora o povo todo

começou a se chegar

quando viram cramulhão

deram tudo pra se mijar

foi aquele corre corre

uai uai me socorre

acho que vou desmaiar

e o cão mandou chamar

uns 300 capataz

e falou se eu não dançar

aqui ninguém dança mais

ai chegou boca rôta

o fio da cachorra louca

trupizupe e caifás

ainda vieram mais

calor de figo e cancão

tranca rua bebe sangue

silibrina e azulão

e pra acabar a guerra

ainda chegou treme terra

de carabina e facão

ai deu-sse a confusão

começou rolar cacete

era zuada de tapa

era lasca de porrete

eu peguei foi meu litrinho

fui saindo de fininho

que eu já tinha meus macetes

lá de fora eu olhava

e o pau lá dentro comia

do licor que eu salvei

uma dose eu bebia

ai pensei volto não

nunca vi dizer que o cão

dançasse lá na bahia

como a briga terminou

eu não esperei pra ver

se tu vier perguntar

não vou saber responder

mas se tu for na paraíba

procure saber da briga

e volte pra me dizer