VERSOS NA MEDIDA

Versos na medida

I

Ele tem um comprimento.

Pois contorna e faz mudar,

No ato das composições:

Os versos tem que entoar:

Na altura da alma da gente,

Pronto pra se recitar.

II

Os versos tem normas cultas,

Tem rimas qualificadas.

Em todas as situações,

Tem silabas bem marcadas.

Tanto faz em versos livres,

Ou sextilhas ou em quadras.

III

É de veras! É viável.

Faço resenha histórica:

No contar sem um florido.

Num ver da fase teórica.

De um abordar da poesia.

Com a dimensão retórica.

IV

A poesia tem origem.

Em rotas transcendentais.

O seu uso era assimétrico,

Não tinha as métricas tais.

Mais que teve relevância,

Em todos cantos orais.

V

O som grosseiro é ruído,

E tem baixa vibração.

Mas o poeta não ignora:

Faz boa articulação.

Pra rima desenvolver,

Na métrica e na escansão.

VI

Eu irei parafrasear:

Sou poeta fingidor,

Finjo dores que não sinto.

E penso que sinto dor.

Assim bem disse: Pessoa:

Nosso ilustre professor.

VII

Os poetas anormais.

Vai muito além dimensões,

Tá na terra e além do céu:

E tem mil outras aptidões,

Compõe os versos e rimas,

Que até parecem sermões

VIII

Os poetas são ocupados:

São alunos e professores,

A qualquer hora do dia,

São nobres e bons senhores.

Buscam saber o povir.

São excelentes diretores.

IX

Neste presente contexto,

Ele está sempre na frente.

É sonhador em vigília,

É um agente competente.

Veneram com ardor a arte,

Faz música: e é um regente.

X

Vou redizer: o poeta.

É de veras um bom letrado,

Precisa tudo saber:

Sem ter um Mestrado,

Usa bem a inteligência,

E ainda é bem disciplinado.

XI

Nós sabemos que o saber:

É algo bem esculturado,

Na mente de quem cultua,

O saber é trabalhado.

E a tal regra serve o verso.

E o sentir do poetado:

XII

Pois bardos entre os Celtas...

O exaltavam o esplendor.

Dos valorosos guerreiros:

Externavam o seu amor,

E os feitos de seus heróis;

Em verso com mui fervor.

XIII

Iam bem mais do provável,

Exaltavam esplendores:

De todos bravos guerreiros:

De suas paixões com amores,

As realizações dos heróis.

Dos seus patrícios autores.

XIV

Pra eu melhor demarcar.

Que é de todo racional:

Porque não nos dar a opção,

Os versos são como tal:

Tem sentimentos e ação,

Do plano Celestial.

XV

É assim uma boa poesia.

Tem seu lado programático,

Com dois lados específicos.

Um teórico e automático.

Que expressam o sentimento,

Do além! E bem enigmático...

XVI

A poesia é um relato.

Diz fatos além do amor:

Que vem d’alma para vida,

Com muito mais esplendor.

Para agradar os ouvidos,

Do espírito sonhador.

XVII

Digo com outras palavras,

Sem nenhum medo de errar.

E sem chover no molhado,

Os versos faz o elevar:

É um modo de elevação,

Pra as esferas conquistar...!

XVIII

O verso é mais um retrato:

Do compositor artista,

É um esboço da sua alma,

É um homem bem ativista,

Que é bem ágil e guerreiro...

E um excelente contista.

XIX

O verso externa a forma...!

Da percepção do poeta:

Do externo e do interior...

Nele à visão de profeta,

Na sua boa dissertação.

Faz o verso em linha reta.

XX

O verso é um sentir livre:

Num todo e tal elegante,

Com paridade e ação.

Tem o amor itinerante...

Sua gleba! Tem multe cor!

Seus pulsar é bem constante.

XXI

Todos versos de um poeta.

Tem algo muito comum,

Quer na divisão silábica,

Quer em metros incomum.

Os poetas em seus versos,

São dois! E tão somente um.

XXII

Na infinita dimensão...

Vivem todos os poetas:

A peneirar os grãos de ouro,

Pra papear com os profetas...

Para trazer suas mensagens,

Com as tais Divinais metas.

XXIII

Que vieram bem assentar,

Foram eles os pioneiros.

Ademais desbravadores,

Porta voz e mensageiros.

Extensão da evolução.

Do céus foram passeiros.

XXIV

O poeta tem sua alma.

Um amor por excelência!

A sua natureza é forte:

Forte e com tal competência.

É promotor de harmonia,

Dá o perdão sem exigência.

XXV

Vou mudar logo a tal prosa.

Para dar uma boa opção,

E instruir o seu leitor.

Pra ele ter compreensão,

Da arte de fazer os versos,

Com uma tal precisão.

XXVI

Para se compor um verso!

Há de se fazer união....

Onde requer bom cuidado.

Pois é preciso atenção:

Pra tudo sair certinho,

Ao fazer sua conclusão.

XXVII

O verso não é só um ato.

O jogral tem as opções,

Deve elevar e sentir.

Dobrar suas aspirações

Ligado ao seu bom senso,

E assim fixar as razões.

XXVIII

Para se fazer um verso.

Não tem dia: Não terá hora.

Podem ser metrificado:

Ou livre tal como aurora.

De ontem hoje e do amanhã,

Ou do romper de um agora.

XXIX

Diante deste contexto.

O poeta tem destino,

De exaltar suas percepções.

Ao ser feliz peregrino,

É um natural sensitivo,

Desde tempos de menino.

XXX

Agora vou assinalar:

E fazer coisa contida,

Pra apenas sim destacar:

Que o verso tem medida.

Pra ficar bom de cantar,

Sem ter nota suprimida.

XXXI

Bem! Acima já foi dito:

Que o verso dá inspiração,

E tem que ter uma técnica,

Além de uma real paixão.

Os versos têm uns critérios,

Na ora da composição.

XXXII

No ato de versificar.

As rimas com precisão,

É útil se recorrer,

Ao uso de uma Elisão:

Pra muito facilitar,

Ao fazer a entonação.

XXXIII

Utilizamos a crase:

A crase faz a união,

Destas sílabas nos versos,

Mas com a soletração.

É a onde se faz o bom verso.

Apoiado numa escanção.

XXXIV

Os versos versificados.

São coisas lindas de ver,

É somente um bom poeta,

Sabe muito bem fazer:

São os grandes desafios,

Mas ele pode escrecer.

XXXV

Mas contudo, tem as dores,

Do não poder expressar:

Onde medidas o impede.

E aí só resta conformar,

E reprimir logo a dor,

Num gesto maior de amar.

XXXVI

Pois devo assim ressaltar:

O que vivo e também penso:

Com muita autenticidade,

E com amor e bom senso.

Não creio em fatalidade.

E não serei bem propenso.

XXXVII

Versos na suas medidas.

Tem eles a direção:

Rumo as almas de poetas.

Que geram inspiração,

O Jogral é mensageiro,

Transcendem a dimensão.

XXXVIII

E por fim vou lhes dizer.

O ato de compor os versos,

Não é como fazer um bolo:

E pra não haver reversos,

Sem erros somente acertos.

Com amores bem submersos.

XXXIX

Porem tenham atenção.

Em seus conhecimentos,

E nos demais tais saberes,

Dos quais serão teus rebentos.

Que vem da alma dos poetas:

É como raízes das plantas,

Que colhem os seus sustentos.

XL

Para ser um bom poeta.

Tem que ter tranquilidade,

Além de muito saber,

Com dose de humildade:

E saber como crescer,

Rumo a verticalidade.

Maranguape, 25 de março de 2022

(Voltaire Brasil)

Voltaire Brasil
Enviado por Voltaire Brasil em 07/06/2022
Código do texto: T7532548
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