MATUTO DO AGRESTE

Sou matuto do agreste

Beradeiro, sim senhor

Não me vendo, não me troco

Nem barganho o meu valor

Não negocio princípios

Com quem se diz, ser doutor

Sou intrépido consciente

Não invento o que não sou

Sou apenas um poeta

Que escreve com torpor

As chagas dos insolentes

E a benevolência do amor

De nada me serve um corvo

Ou um verme excretor

Que apenas me faz insultos

Aos zurros de seu terror

Sendo ele, um assecla

Cupincha sem ter valor

Me permito a descrição

De apenas ser quem eu sou

Nunca fui o que não quis

Por isso que aqui estou

Me revelando um matuto

Que dá lição em doutor

Foi assim que me chamaram

Por despeito do que sou

Sou um matuto poeta

Por isso que aqui estou

Escrevendo meus dilemas

Pelas mãos do Criador

Sou matuto beradeiro

Sou herdeiro do que sou

Sou a tinta de um tinteiro

Tome tento seu doutor

Meu bom dia têm bom senso

Têm calor e têm amor

Veriano Dias
Enviado por Veriano Dias em 03/06/2022
Código do texto: T7530306
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