MATUTO DO AGRESTE
Sou matuto do agreste
Beradeiro, sim senhor
Não me vendo, não me troco
Nem barganho o meu valor
Não negocio princípios
Com quem se diz, ser doutor
Sou intrépido consciente
Não invento o que não sou
Sou apenas um poeta
Que escreve com torpor
As chagas dos insolentes
E a benevolência do amor
De nada me serve um corvo
Ou um verme excretor
Que apenas me faz insultos
Aos zurros de seu terror
Sendo ele, um assecla
Cupincha sem ter valor
Me permito a descrição
De apenas ser quem eu sou
Nunca fui o que não quis
Por isso que aqui estou
Me revelando um matuto
Que dá lição em doutor
Foi assim que me chamaram
Por despeito do que sou
Sou um matuto poeta
Por isso que aqui estou
Escrevendo meus dilemas
Pelas mãos do Criador
Sou matuto beradeiro
Sou herdeiro do que sou
Sou a tinta de um tinteiro
Tome tento seu doutor
Meu bom dia têm bom senso
Têm calor e têm amor