AQUELE QUE MORA
Aquele que Mora:
I
Bem! Todo aquele que mora.
No oculto do poderoso.
Vai pra sempre descansar:
Sobre a luz do amoroso.
Seus erros vão consertar.
E aí será mais generoso,
Nesta terra além do mar....
II
E assim sempre o será:
Eu sou, o vosso protetor!
Eu serei a tua fortaleza,
Serei eu o teu ouvidor.
Eu sou, a quem deves confiar,
Serei tua fuga e esplendor!
III
Como ainda te livrarei!
Das pestes perniciosas,
Destes ocultos ninhos:
De coisas honrosas!
Disfarçada de bom ato,
Mas que são perigosas.
IV
Eu te esconderei nas penas.
Por baixo de minhas asas,
E eu serei assim teu refúgio:
Dentro das tendas ou casas,
E em te serás dissipados,
As circundantes miasmas.
V
E assim! Tu não temeras!
As noites, e seus terrores:
De muitas setas lançadas,
Em dias de demais horrores!
Como também guardarei,
Com afagos e amores...
VI
Onde nem a tal peste anda:
Mesmo numa vastidão...
Não causará a mortandade,
Que assole o vosso torrão,
E eu assim o protegerei!
E tu usará a tua razão.
VII
Uns mil cairão a vosso lado!
Ou dez mil a tua direita:
E nada te será afetado,
E terás vida perfeita.
Com harmonia atingida,
E assim tua alma será eleita.
VIII
Os teus olhos bem veras.
E veras a recompensa:
Onde os ímpios não terão,
Esta visão bem intensa!
Mas tu somente verás,
Com esta vida extensa.
IX
Vós assim bem o fizeste!
No altíssimo a habitação:
E fez dela a morada.
Com amor no coração!
E planejou a sua estrada...
Com afetos e atenção...
X
Porém, contudo: Os Anjos!
Na tua tenda te protegerá,
De todos e qualquer mal.
E nada ruim te sucederá,
Seja em sua casa ou tenda:
As pragas não alcançará!
XI
E com toda a certeza!
Os seus anjos dão suas ordem.
Pra te! Muito bem guardar...
Pra que nenhum mal te abordem,
Em todos seus caminhos...
E nunca terás desordem.
XII
E nem terás um tropeço!
E nem vai assim medrar
Anjos te sustentarão,
Em um seixo ou uma pedra:
Pra que tu jamais o tropeces,
Em planos de uma Diedra.
XIII
Víboras tu esmagaras!
Também pisaras no leão;
E com os pés nas serpentes.
Cumpriras a tua missão!
E está anexada a tua graça...
Todas sem nenhuma exceção.
XIV
E aquele que ainda te ama!
Não a te desanexarei...
Pô-lo-ei num alto retiro:
E por toda vida te amarei!
Pois ele sabe o meu nome,
Eu sou! Quem te guardarei.
XV
Quando ele me invocar!
Eu assim o responderei!
Em suas angústias atroz:
Logo assim eu o chegarei,
E o tornarei bem mais forte,
E pra sempre o honrarei.
XVI
Com longuras de seus dias,
Fortalecerei a existência,
E mostrarei a salvação!
E terás a preferência:
Deste meu vasto legado...
Pra expandir sua consciência!
Maranguape, 27 de maio de 2022.
(Voltaire Brasil)