Descrição da Vida Vício.
Descrição da Vida Vício
Tema: Sofrimento
Autor: Antonio Carvalho de Queiroz (Cristovão de Chapada)
Estrofes: 44
Final: Uma estrofe em acróstico, “CACHAÇA”
Eis aqui caros leitores
O quanto o destino é forte
A nossa vida é um dom
Ajudado pela sorte
Quando vem surgindo a vida
Lá vem a foice da morte
Pois quando o homem nasce
Já vem traçado o destino
Um se faz de má conduta
Tem coração de menino
Outro demonstra-se honrado
Sendo mal e assassino
O meu destino é forte
O meu pensamento é mais
Por isso apresento agora
O que a vida nos trais
Temos horas tão felizes
E outras tristes demais
Vou descrever sobre o vício
Que nos trais grande ruína
Nos faz esquecer a paz
Que nos manda a lei divina
Às vezes uma pessoa branda
Se torna mal e ferina
O vicio faz-nos ficar
Aborrecido e nervoso
Sem ouvir de nossos pais
Um conselho carinhoso
Para combater o vicio
Precisa ser cauteloso.
Existem então vários deles
Que só nos traz a desgraça
O fumo é um dos piores
Que nos faz grande ameaça
E o que nos traz mais loucura
É a droga e a cachaça.
A cachaça foi deixada
Para o homem beber ela
Mas ficou também a lei
De se beber com cautela
Porque se beber demais
Grande abuso se encontra nela
A pessoa alcoolizada
Não teme nenhum perigo
Se sente com a razão
Não atende ao seu amigo
Acha errada a pessoa
Que lhe salvar do perigo.
Logo se sente disposta
Sem nenhuma cerimonia
Nada pra ela é errada
Em nada ela se acanha
É maltratada demais
Mas nada lhe envergonha.
Quando o homem toma porre
Que chega a não aguentar mais
Lhe foge logo os sentidos
Nem falar ele é capaz
Sai tombando para frente
E depois cai para traz
Esquece os seus afazeres
Fila, ao trampo e desfaça
Vai cedo para a bodega
Logo entra na manguáça
E em vez de ir-se embora
Enche o pavio de cachaça
Por ali fica zoando
E esquece até a feira
Volta para a casa à noite
Sempre fazendo besteira
E quando chega em seu lar
Faz a maior bagaceira
É isso que a tal cachaça
Faz sempre com o ser humano
Quem usa ela e abusa
Termina entrando no cano
Ela tira seu caráter
E lhe rouba todo plano
Não é possível narrar
Tudo que se encontra nela
Sei que o homem só é livre
Se não der consumo a ela
Não existe inspiração
Pra falar somente dela
Deixo agora o alcoolismo
Mudo de inspiração
Eu não quero difamar
Os farristas do Sertão
Vou falar de outras drogas
Que não tem comparação.
Quem for viciado em drogas
Não ama a própria vida
Pois sabem que ela traz
Doenças desconhecidas
Por isso a humanidade
Já está quase perdida.
O drogado é um ente
Que não tem mais coração
Por brando que seja ele
Se drogando é um leão
Não respeita mais seus pais
Mata até seu próprio irmão.
Se vê nas grandes cidades
As pessoas se acabando
Doenças contagiosas
Tudo ali contaminado
Pode examinar que é,
A droga que está reinado
Crianças deficientes
Sofrendo dores mortais
Dizem muitos; a Deus pertence
Sem nem olhar para traz
Sem ver que tudo acontece,
Por culpa dos próprios pais
E principalmente o homem
Que sempre faz o que quer
Abandona tudo em casa
Até a própria mulher
Vai viver à vida fácil
Da forma que bem quiser
Por isso é que acontece
Ruína com a humanidade
Ver-se hoje uma criança
Com tão diminuta idade
Fumando e tomando pinga
Ligada a vaidade
Isso porque as mulheres
Nem sempre tomam cuidado
Às vezes se relacionam
Com algum homem drogado
Por isso o fruto do amor
Já nasce contaminado.
E sendo assim as crianças
Já participam de fundo
Ao nascer trazem consigo
O bundum do tóxico imundo
Por isso quando se criam
Abraçam a vida do mundo.
Seria bom se as pessoas
Se ligassem à natureza
Deixassem a vida do mundo
Das drogas e da avareza
Abandonando os vícios
Em sua própria defesa
Assim formava-se uma
Humanidade feliz
Uma geração moderna
Com monstruosa raiz
Formando se um novo povo
Tornando-se um novo país
Mas, nem tudo está perdido
Sempre há um novo caminho
Por mais que seja a estrada
Ladeada de espinhos
O pássaro por mais perdido
Pode encontrar o seu ninho
Por isso estou difamando
Todo mal que o vício traz
Pois já passei por diversos
Mas hoje não passo mais
Abandonando os vícios
Restaurei a minha paz
E sendo assim meus amigos
Eu conseguir me livra
De todas essas ruínas
Que viviam a me atrasar
Por isso peço a vocês
Para os vícios abandonar
Eu não estou me julgando
Superior a ninguém
Estou só aconselhando
As pessoas para o bem
Estou feliz e desejo
Ver todos felizes também
Depois que abandonei
Tu que me destruía
Acabou todo o tormento
Que o meu povo sofria
Hoje todos me acolhem
Transpassados de alegria
Sabemos que as drogas trazem
Para nós doenças fortes
O fumo é lâmina afiada
Que nunca erra seu corte
E a infeliz da cachaça
Contribui para nossa morte.
O fumo traz para nós
Enfadamento e ruína
Rouba a respiração
Assim diz a medicina
E pulmão não é de ferro
Pra suportar nicotina
A “cachaça é muito boa”
O “fumo mais que legal”
A “droga deliciosa”
Para quem gosta da tal
Mas são todos perigosos
Só nos trazem o que é mal.
É melhor que todos deixem
O vício ficar de lado
Seguir por outro caminho
Sem se sentir dominado
Pelas drogas que nos mandam
Seguir no caminho errado.
Porque enquanto usarmos
Esses terríveis produtos
Que podem nos colocar
Em pânico a qualquer minuto
Não deixamos de ficar
Nervosos raivosos e brutos.
Sem eles somos felizes
Vivemos tranquilamente
Nossa ilustríssima família
Se sentirá felizmente
Pois quem abandona os vícios
Vive livre e independente.
Sendo assim é melhor
Deixarmos eles para trás
Buscarmos ser nessa vida
Um instrumento de paz
Abandonar vida vício
Por mais que seja difícil
Tudo na vida se faz
Cachaça traz desventura
Alcooliza o nosso ser
Conserva em que usa ela
Herança de um mau proceder
Acontece com que a usa
Consigo mesmo se abusa
Atormentando seu viver.
FIM.