O ALPINISTA

O ALPINISTA

01

Certa vez, um alpinista

Preparou nova escalada

Para um grande desafio

Numa montanha elevada

Que naquela ocasião

Era a maior enfrentada.

02

Anos depois, a empreitada

Teve início e, nesse dia,

O rapaz partiu sozinho,

Dispensando companhia,

Pois fazendo desse modo

A glória toda teria.

03

Na mochila não havia

Utensílio, equipamento

Necessários ao rapaz

Para algum acampamento,

Por isso, ele não parou

E seguiu no seu intento.

04

Com o tempo nevoento,

A noite chegou ligeiro

Quando o topo estava perto

Do valente aventureiro,

O que fez perder noção

De onde estava, no roteiro.

05

O paredão traiçoeiro

Ficou escorregadio

E ele, desequilibrado,

Tombou, rasgando o vazio,

Em queda vertiginosa

Que provocou calafrio.

06

Naquele instante sombrio,

Pensou na fragilidade

Da vida e nos seus momentos

De dor ou felicidade,

Imaginando iminente

Alguma fatalidade.

07

Em meio à dificuldade,

Ele sentiu, de repente,

Na cintura, um solavanco,

Pois a corda, certamente,

Prendeu-se em algum lugar

Daquele monte imponente.

08

Pediu ao Onipotente

Que mandasse, por favor,

Com urgência, alguma ajuda

Para aliviar a dor

E uma voz apareceu,

Atendendo seu clamor.

09

Perguntou o Protetor:

- Em mim você acredita?

A resposta veio assim:

- Com esperança infinita!

- Então corte logo a corda!

Retrucou a voz Bendita.

10

Tal ordem foi esquisita

No cabeça do sujeito

Que depois de algum silêncio

Da graça não fez proveito,

Agarrou mais forte a corda

E seu fim teve outro jeito.

11

Depois de não ter aceito

A Divina intervenção,

No outro dia foi achado,

Sem vida, corda na mão

E somente meio metro

Era a distância do chão.

12

Este exemplo traz lição

Para todo ser humano:

"Pratique a fé verdadeira

Porque sempre existe um plano,

O Senhor não desampara

E é, de tudo, Soberano!"

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* Adaptação de parábola.