Revelação de Uma Vida.
REVELAÇÃO DE UMA VIDA
TEMA: SOFRIMENTO
AUTOR: ANTÓNIO CARVALHO (CEBOLA)
ESTROFES: 34
FINAL: Uma estrofe em acróstico “CRISTÓVÃO”
O reino da poesia
Por mim sempre é visitado
Nas belas noites em sonhos
Meu espirito vai forçado
Numa noite que sonhei
Este reino visitei
Lá estudei meu passado.
Neste estudo recordei
Os bons tempos que vivi
Me revi nas belas noites
Onde muito consegui
Bons momentos de amores
Em belos cachos de flores
Lindos nomes escrevi.
Recordei também as dores
Que sentir dentro de mim
As horas de sofrimentos
Que só faltei levar fim
Isso me fez inspirar
O que passei vou contar
Minha vida é sempre assim.
Desde quando eu nasci
Já me veio o sofrimento
Sofria com doencinhas
E forte aperreamento
Quase dou a despedida
Dessa para a outra vida
Num fracassado momento
Mas tudo isso passou-se
A vida continuei
Com ajuda do Eterno
Lutei muito e me criei
Dando suspiros e ais
Com o esforço de meus pais
Muitas doçuras gozei
Depois que eu me criei
A batalha começou
Trabalhando duramente
Para alcançar meu valor
Lutando em busca do pão
Ganhei consideração
Por ser bom trabalhador.
E nas horas trabalhosas
Me achava em grande apuro
Com o pensamento em Deus
Olhava só para o futuro
De um dia melhorar
Até de vida mudar
E não precisar dá duro
Nessa vida cansativa
Já topei barra pesada
Trabalhando duramente
Sem conseguir juntar nada
Vivo sempre em grande apuro
Sem construir um futuro
Ó que vida sufocada.
Meus sofrimentos são tantos
Que procuro esquecer
Pois se for me incabular
Sou capaz de enlouquecer
Procuro sempre animar
Pois se parar para pensar
Talvez consiga morrer.
A tristeza me acompanha
Por detrás da alegria
Se festejo uma noite
Vou chorar no outro dia
Fico triste e pensativo
Porque maneira é que eu vivo
Com essa grande agonia.
Nunca fiz um bom negócio
E em tudo me atraso
Vou ao campo perco a luta
Vivo sempre em campo raso
Tenho em mim grande desgosto
Por não encontrar um posto
Que dê fim no meu arraso.
Vivo sonhando acordado
Pensando numa melhora
Enriqueço quando sonho
De prazer minha alma chora
A pobreza nem recordo
Porém vejo quando acordo
Que a fortuna foi embora.
Com tanto aperreamento
Não penso no desmantelo
Enfrentando os perigos
Procuro sempre vencê-los
E com tudo não me esquento
Vou aos combates atento,
Só a fim de não perdê-los
E se me vejo em delírio
Em batalha insensata
Me conformo, pois quem luta
Ou perde ou ganha ou empata
Sou feliz vivo cantando
Porque se viver chorando
A desilusão me ata.
Esses sofrimentos que
Escrevi para o leitor
Sei que todo mundo sofre
Na vida de lutador
Mas agora vou mudar
Para também declarar
Que sofri com o amor.
Porque eu comecei logo
Amar ainda criança
Gostei muito de uma confiança
Mas ela me abandonou
Sem motivos me deixou
Fiquei só com a lembrança
E assim continuei
Amando sem ser amado
Namorei com outra moça
Já sonhava ser casado
Em mim reinava a firmeza
Logo mais tive a surpresa
Por ela fui desprezado.
Por mais que eu fosse sincero
Não era retribuído
As meninas que eu amava
Me chamavam de querido
Mostravam sinceridade
Mas era com falsidade
E eu vivendo iludido.
Com isso me revoltei
Comecei a enganar
Quando namorava uma
Só falava em me casar
Levava ela no engano
Depois mudava de plano
Procurava terminar.
E por minha grosseria
Quase entro pelo o cano
Sem conseguir um amor
Eu passei mais de um ano
Isso serviu de espelho
Procurei tomar conselho
E mudei logo de plano.
Lutei muito e consegui
A reconciliação
Revivi os bons momentos
De amor e de paixão
Mas, nada de bom ganhei
Na vida continuei
Recebendo ingratidão
Passou-se o tempo e eu
Consegui um novo amor
Nela encontrei o remédio
Que curou a minha dor
Aliviou os tormentos
Acabou o sofrimento
E a minha vida mudou.
Assim passei muito tempo
Com muita felicidade
Sendo bem retribuído
Na parte da amizade
Planos de casa, fazia
Pois tudo me parecia
Ser uma realidade
Mas, o destino não quiz
Me ver livre da amargura
Colocou-me frente a frente
Que chegou a me dizer
Se não casar com você
Vou parar na sepultura
Com seu olhar atraente
Meu coração dominou
Que eu esquecesse da outra
Seu sorriso me obrigou
Terminei com que estava
Para ver se desfrutava
Seu carinho e seu amor.
E fiz dessas muitas vezes
Procurando me vingar
Os desgostos que eu sofria
Eu queria descontar
Mas nessa desacertei
Pois muito tempo passei
Sem conseguir namorar.
E com ela conseguir
Clarear o meu caminho
Ela me tratava bem
Com muito amor e carinho
Numa união desmedida
Ela era minha vida
Seus braços era meu ninho.
Com pouco tempo notei
Ela muito diferente
Já não me olhava mais
Com seu olhar atraente
Fiquei sem mesmo entender
Como vem tanto sofrer
Para um pobre vivente.
E com essa linda prenda
Eu muito me iludir
Por causa do seu olhar
Um grande amor eu perdi
Pois ela me abandonou
Em vez de curar a dor,
Veio meu peito ferir.
Tudo isso aconteceu
No meu estranho passado
Só parece que nasci
Para o amor disparatado
A vida assim vou levando
A todas vou sempre amando,
E sendo sempre enganado
Porém o que me acontece
Somente de mim reclamo
Quem me ama eu desprezo
Quem me despreza eu amo
Sempre eu sou esquecido
Por não ser bem acolhido
De traidor eu, me chamo.
Nasci mesmo sem a sorte
E o desgosto me consome
De cofre da amargura
Meu coração tem o nome
Em grande desilusão
Sinto o meu coração,
De amor, passando fome.
Mas como o mundo é composto
De tudo precisa ter
Uns vivem sem sofrimento
Outros vivem pra sofrer
Eu agradeço a Jesus
Por me conceder a luz
E o direito de viver.
Como folha a rolar
Rastejada pelo o vento
Indo em busca de aposente
Sem conseguir encontrar
Tenho mesmo que penar
Ó Deus que será de mim
Vivo pensando e dizendo
Ãgora sei que estou vendo
O princípio de meu fim.
FIM
Obs.
Este cordel foi escrito na década dos anos 80 tempo em que eu estava vivendo em ritmo de aventuras no quesito amoroso.
Ao meu ver estava sofrendo por amor.
Obrigado pela presença e atenção aos meus singelos trabalhos: Boa leitura.