BATE BOCA
Não me venha com seu truque
Sou maior e vacinado
Pé no chão mão no batuque
Se atirar sai atirado
Sai por bem ou sai a muque
Inteiro ou com pé quebrado.
Sua lábia é muito boa
Mas a mim ninguém engana
Criado no mundo à toa
Sou malandro-taturana
Quem eu queimo até voa
Fica com a mente insana.
Se gosta de dar o nó
O buraco é mais embaixo
Já morei no xilindró
Nunca dou um golpe baixo
Minha lei é uma só:
É o cruzado que eu encaixo.
Esperteza eu também tenho
Já dei nó em pingo d’água
Pode até franzir o cenho
Sei que você usa anágua
Quebra a mão sempre que eu venho
E sua lágrima deságua.
Se tentar ludibriar
Saiba que deixei em coma
Outros tantos, um sem-par,
Que até já perdi a soma
Mas vou parar de falar
Não aguento seu “aroma”.
Vamos fazer um acordo:
Ninguém enrola ninguém
Pois se você morde eu mordo
E isso não acaba bem
Desafio já ficou gordo
E comprido igual a um trem.
Dois bicudos não se beijam
E têm muito de ruim
E por melhor que eles sejam
Batem boca até o fim
Amigos não se apedrejam
É melhor ficar assim.