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COBRA CORÁ

 

Eu fui arrancá minhoca

 

Mordi para mim pescá.

 

Intoncis vistei um pau podre,

 

Cheinho de mandaruvá

 

Eu juguei o pau na cacunda

 

Fui pro poço do ingá.

 

Numa mão pegava o pau

 

Na outra a vara di pescá.

 

 

Sinti friagi na nuca,

 

Nem deu pra discunfiá.

 

Mas logo sinti a picada,

 

'Pescoço dueu a daná.

 

Ieu joguei o pau no chão,

 

Ai queu vi a cobra corá.

 

Pisei na cabeça dela,

 

E despois danei a chorá.

 

 

Pensava que ia morrê,

 

Cu trem quela dexô lá.

 

Intoncis vista apagô,

 

Cumecei a me tuntiá.

 

Eu drumi inté no otru dia,

 

Sonhei ca cobra corá.

 

Acordei sintino nada,

 

Fui in casa discançá.

 

 

Muié viu na nuca,

 

Tem nada murdido lá.

 

Foi só o gaio do pau,

 

Cismô di mim arranhá.

 

Chorei foi di dó da cobra,

 

Pru que qui fui matá?

 

Dismaiei de puro medo

 

Susto da cobra corá

 

 

 

 

Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 26/04/2022
Reeditado em 14/11/2023
Código do texto: T7503437
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