Falando do meu Nordeste!
Só em pensar do Nordeste
Bate forte a emoção
E tudo que lá existe
Traz grande recordação
Ao lembrar sinto saudades
Essa terra é meu rincão
Hoje estando distante
Sempre vem a nostalgia
Dos bons tempos de criança
Vividos com alegria
Mas vivo com a esperança
Que lá voltarei um dia
Meu Nordeste inesquecível
Região onde nasci
Por um bom tempo morei
Na adolescência cresci
Tantos anos se passaram
Mas de ti não esqueci
Maravilhas no Nordeste
Você irá encontrar
Nessa terra que eu amo
Como é bom esse lugar
Tem encantos que fascinam
Vale a pena visitar
Um lugar abençoado
De infinita beleza
Até mesmo o firmamento
Tem uma grande lindeza
Lá tem o céu mais azul
Presente da natureza
De cada localidade
Existe a recordação
Alimentando a saudade
Bate forte o coração
É grande a felicidade
E imensa a emoção
Não deixe de conhecer
Um lugar especial
O litoral do Nordeste
Com seu grande coqueiral
Com praias de areia branca
Não existe outro igual
As tantas reminiscências
Para sempre ficarão
O vaqueiro na caatinga
Bem comum na região
Na sua lida com o gado
Vestido em seu gibão
O nordestino é forte
E luta a todo momento
Na sua lida diária
Na produção do alimento
No ano que chove pouco
É bem maior o tormento
E nesse tempo ruim
Quando por lá não chovia
E o sertanejo com fé
Ao bom São José pedia
Para interceder por ele
Para Deus Pai que atendia
Minha terra abençoada
Hoje faz exportação
De soja e cana de açúcar
Manga, banana e mamão
Se falta água da chuva
Produz com irrigação
No cenário nacional
O Nordeste se destaca
Com o comercio de roupas
Feito em cada barraca
Também o revendedor
Compra direto da fabrica
Das belezas e encantos
Conhece quem lá cresceu
Teve a infância feliz
Por tudo que aconteceu
E lembra com alegria
Do tempo bom que viveu
Eu sinto água na boca
Ao lembrar que todo dia
No início da manhã
Na farta mesa havia
Beiju com nata de leite
Minha mãe sempre servia
E aquele leite gostoso
No bule café quentinho
Cuscuz na cuia de barro
E sobre ele um queijinho
O bolo de macaxeira
Exalava um bom cheirinho
Tinha ainda a pamonha
Sabor doce ou salgado
Feita com milho fresquinho
Colhido lá no roçado
Fartura sempre existia
Nas roças por todo lado
Agradecendo ao bom Deus
Orações papai fazia
Mamãe pedia por todos
Também a virgem Maria
Proteção nunca é demais
Minha avó sempre dizia
Saíam para o roçado
Meu pai e alguns irmãos
Seguiam pelas campinas
Com as enxadas nas mãos
Com elas cavar a terra
E nela plantar os grãos
No fogãozinho de lenha
Panelas no fogo ardia
Já cozinhava o almoço
Pra servir ao meio dia
Carne seca com feijão
Prontinho logo estaria
Já no final da manhã
Minha mãe logo falava
Menino veste a camisa
E o tempo já estimava
Para levar lá na roça
Onde o meu pai esperava
Marmitas eram os pratos
Bem amarrados com panos
Era longa a caminhada
Isso já faz muitos anos
Mas existia esperança
De melhorar tinha planos
Relembro daquelas tardes
De grande satisfação
Banhava no grande açude
Nadava à exaustão
E pescava uns peixinhos
Para fazer um pirão
Depois na grande varanda
Da casa de alvenaria
Com suas telhas de barro
Na rede balançaria
Ao lado um grande curral
De onde o gado mugia
Mais tarde já descansado
Meu pai a viola pedia
Após servir um café
Mãe prontamente trazia
Ele tocava umas modas
E a gente se divertia
E com o chegar da noite
Contrastando a escuridão
Mais tarde aparecia
Um grandioso clarão
No céu a lua brilhava
Causando admiração
Assim o tempo passava
Em grande felicidade
A família reunida
Era feliz de verdade
Somente em dias festivos
Se visitava a cidade
Na festa do Padroeiro
Do santo de devoção
Logo depois da quermesse
Na praça a agitação
Tinha até pau-de-sebo
Era grande a diversão
Nas feiras do interior
Quando o dia amanhecia
Se ouvia um repentista
Fazendo sua cantoria
Improvisar na viola
Seus versos com maestria
Iguarias regionais
Estão á disposição
Macaxeira “cozidinha”
Servida com um pirão
Milho assado bem quentinho
Também gostoso baião
Sarapatel com farofa
Para agradar todo mundo
Também buchada de bode
Servida num prato fundo
Com pimentinha de cheiro
Da roça de chão fecundo