TIRADENTES (a luta sem armas)

CORDEL

José Joaquim da Silva Xavier

Em quarenta e seis nasceu

Aínda lembrado é

Pelo fato que ocorreu

Aínda era garoto

Era esperto, era afoito

Quando pai e mãe perdeu

Trilhando um árduo caminho

Foi morar com o padrinho

E a tudo sobreviveu

TIRADENTES foi tentar

A sorte sem ilusões

Resolveu se alistar

Na companhia dos dragões

Quando patrulhando estava

Revoltado ele ficava

Vendo a riqueza sumir

Alí tudo conhecia

E cada noite cada dia

Via mais pobre o Brasil

O Ouro e o Diamante

Das Minas o ano inteiro

Eram levados constantes

Para o Rio de janeiro

Tropas de mulas levavam

Tropas de homens guardavam

De Tiradentes ao mando

As minas se esgotavam

Os portugueses acusavam

O Brasil de contrabando

A falsidade tem vez

Na boca do traidor

Joaquim Silvério dos Reis

Contou ao governador

E Tiradentes foi preso

E o horror do cortejo

Traduzia escravidão

Daquela classe sofrida

Pagou com a própria vida

O preço da libertação

Pra libertar o Brasil

Enforcado e esquartejado

Lá nenhum Juíz se viu

E nenhum advogado

Pra fazer sua defesa

O defensor da pobreza

Na forca dependurado

Seu corpo foi repartido

Em alma, no Céu recebido

Por Cristo O Ressuscitado.

Joaquim Veríssimo Ferreira Filho
Enviado por Joaquim Veríssimo Ferreira Filho em 21/04/2022
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