AS CANGAIAS RELIGIOSAS QUE FLORISVALDA BOTOU COM O SACRISTÃO CHICO TRIPA

Esta trama é plenamente triste

Sendo simplesmente contagiante

Tendo personagem intolerante

Se contrapondo porque não desiste

Compreensão nele jamais existe

Botando cangaia com maldição

E pras bandas deste vasto sertão

Nem vacila soltar palavreados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

O Cordel Brasileiro é sensível

Pra descrever efêmeros momentos

Fatos históricos dos sentimentos

Estando longe se torna visível

No contexto de ser imprevisível

Na jogada dos versos de paixão

Contabilizando qualquer tensão

Do pensamento dos contrariados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Dos gracejos é tão bom que falemos

Fomentando farta literatura

Vou colocar dentro deles doçura

Boas risadas nós todos queremos

Das potocas fúteis que conhecemos

Este casal navega perdição

Sempre contrariando cidadão

Como sapos em sons desencontrados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Cangaia nunca foi receita pronta

É mijada dada pelo potó

Na pele que queima todo bocó

Quem tem desconfiança faz de conta

A visibilidade fica tonta

O corpo quebrado ver tentação

Te condenam pela respiração

Por isto somos indeterminados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Inventor de causos numa varanda

Reflete sobre vícios do casal

Casos complexos sempre se dão mal

Mistura de patchouli com lavanda

Embrenhadas na dança da ciranda

Para se firmar em contradição

Sofrimento sentindo piração

Assim em cada verbo dos citados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Os produtores estão prometendo

Botar o folheto nos estandartes

Diagnosticado nas belas artes

Que vai celeremente renascendo

As curiosidades estão lendo

Aventura de fácil narração

Se merecer querem malcriação

Não tendo riem dos aniquilados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Sacristão de tamanha cretinice

Um pseudo devoto de cara lisa

Em nome da falsa fé pede pisa

Agredindo tantos de meninice

Dito por alguém que jura meiguice

Ouvindo tudo dói seu coração

Jura de pé que teve sensação

Sendo que jamais serão contemplados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

A Florisvalda sempre foi criança

Pros péssimos sermões religiosos

Encontrando com seres perigosos

Cruel postura chegando lhe cansa

Naquele culto de frágil mudança

Mulher casada por ocasião

Tendo no púlpito só oração

Vivência dos tolos abandonados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Olhares que juraram despedida

Fazem a Florisvalda mais vaidosa

Por se dizer leonina gostosa

E Chico Tripa de bata comprida

É o cão chupando manga vencida

Ela bem sorridente sem ação

Dar seu depoimento sobre tesão

Tantos aproveitaram dos malvados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Isto causa náuseas só no porvir

Jamais ocorrendo tanta mentira

Ilusão frívola é o que gira

Rodando se fartam pra consumir

Povos vão rezando pra não sumir

Talvez tenham ido sem compaixão

Jamais obteremos informação

Só as mentiras pros bombardeados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Sacristão social aproveitava

Cheiro nos olhos com língua na língua

Isto lhe deixou morrendo à míngua

Florisvalda tão somente gostava

O seu corpo suado palpitava

Espaço certo pra funicação

A síndrome desta tal louvação

Não devemos encobrir os errados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Tentar ser direto neste percurso

Nunca se retratar sendo sensível

Faz da lacuna prazer perecível

Tal colecionador sem recurso

Desconhecendo do rio seu curso

Quer exame para constipação

Manobrando caos da vastidão

Como carros de bois enlameados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Nasce bom bambino naquela casa

Tipicamente fino como ripa

É cagado cuspido Chico Tripa

Histórias atraem e nos arrasa

Este cabra numa cama foi brasa

Correm fofocas sem apelação

Ninguém precisa determinação

Por causa duma dama dos pecados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Homens de vastas sutis ignorâncias

Como podem sobreviver no frio

Pulsando seu peito sem ter mais brio?

É remédio de largas inconstâncias

Ele não dá mínimas importâncias

Falar tranquilo de cada lição

É pobre coitado sem solução

Assim vai cansando delineados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

A pesada cruz que sempre carrega

A coluna vertebral sacrifica

Aguentá-la por certo santifica

Quanto mais sabido, tanto se nega

Às desgraças do mundo tem entrega

Sem procurar ter recuperação

Vai levando sutil elevação

Tantos deles voam abençoados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Tudo que Florisvalda lhe botou

Naquele desgraçado Zé Ninguém

Foi tão somente pra colher o bem

Se fez isso na certa já pagou

E quem provou com certeza gostou

Comida nova é capim no chão

Aceitar cangaia dá digestão

Abordagem de tantos massacrados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Florisvalda meteu chifre na mente

Mesmo tendo causado malefício

Se livra de tudo que é difícil

Retira da sua bolsa seu pente

Arrancando dos olhos sua lente

Se preparando para procissão

Seu destino falta preparação

Homens são muito mais abestados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Um azarado sem ter compromisso

Como feliz nunca soube viver

Esta cangaia jamais vai crescer

Atrapalhando criando serviço

No término tudo é mais postiço

Te respeitando nesta direção

Levar cangaia dum tal sacristão

Se temos alguém outros são falados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Florivalda te deixou prevenido

Não precisarás pegar na peixeira

Nem ter vingança fazendo besteira

És um bom corno mais que merecido

Chifre é o que tens de garantido

Florisvalda bem aplicou questão

Assim não valerás nenhum tostão

Ciclos são longos e manuseados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Vejam bem vocês amados senhores

O que é traição que não se deseja

Sabendo tudo ninguém a corteja

Não come, tão somente dos horrores

Sentindo fome morrem destas dores

É assim que fazem no caminhão

Sem esperar já é de tradição

Não tenho veia dos aposentados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

É assim por um mero desconforto

Surgem outros que são mais imbecis

Para ter êxito com infeliz

Este mundo vai querer andar torto

E por mais que todo marido morto

Queira, portanto, paz e solidão

É que cangaia tem duplicação

Semente plantada são frutos dados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Depois que bom escritor comentar

É bom palavrear neste jardim

Não teve sorte num dia de Caim

Preferiu mentir sem perguntar

Sofrendo não quis se comunicar

É sorumbático na região

Costura nas linhas dum artesão

Não deve fluir pros considerados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Cangaia mói por inteiro à alma

Penetra rins, caem os idiotas

Empréstimo de tantos agiotas

Muito dinheiro pra se ter calma

A cigana ler riscos duma palma

Explicou coisas que nunca terão

Falando na vaca neste verão

É ter medo de corpos consternados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

O sacristão perdeu seu bom emprego

Através do Padre Zé Cassiano

A sua fama foi pro Vaticano

Olhem que Chico vive num arrego

Se morresse teria mais sossego

Padecer é como ter permissão

Pior perder a sorte da nação

Até cangaia lhe botam quebrados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Jogador de dama não quer cangaia

Quando leva bota tudo pra fora

É um zagueiro levando na tora

Ele cria tudo pra sair pra praia

Enrosca num sofá como lacraia

E se perde sem jamais ter razão

Fios crescem na vil expiação

Tudo volta na voz dos entrevados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Aquela se diz mulher da pessoa

Falseando feições dos adultérios

Estreita laços sem ter os critérios

Sofre quem ama, nunca se perdoa

Por mais que cangaia seja bem boa

Dos fatos ninguém tem exatidão

Maltratando querem explicação

Insônia cagou bem adulterados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Na cangaia Florisvalda faz festa

Com Chico Tripa rende bom debate

Num grande nó e não tem quem desate

De ter levado chifre nada resta

Apenas riso possível na testa

Sociedade de má reflexão

Posa de santa faz aberração

Doenças penetram os acamados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Este é corno da libertinagem

Tem gente que se faz dona do mundo

Não sabe se é raso, nem profundo

O safado preza por sacanagem

Metendo pau nesta vagabundagem

Fala que quer e tudo é sermão

Um mentiroso ruim de gamão

Pormenores destes esfomeados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Aqueles filhos merecem respeito

Do lado da mãe todos ficaram

Frases obscenas tantos pixaram

No muro foram falar de direito

Argumentando: - Corno faz efeito!

Comunidade é desunião

Serve de risco pra ter precisão

Estás a serviço dos contemplados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Se é pra chorar sejam estrambólicos

Porque não sabem serem realistas

Escapem das ideias moralistas

Sigam bem nestes traçados bucólicos

Não são protestantes e nem católicos

Vai natureza na publicação

Quando mídia tiver embromação

Acalentem passos despreparados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Quase no fim destas inquietudes

Das chifradas que são compreensivas

Nas leis das cangaias inofensivas

Ambos gozam de suas plenitudes

São sujeitos sem terem atitudes

Impurezas da magra locução

Não faça como faz um cafetão

De vez em quando nos quer abastados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

Sinto-me concretizando Cordel

Avançando nestes temas casuais

Destes semblantes de tantos casais

É arte pintando sem ver pincel

Martelo cantado por bacharel

Nas bancadas que fazem construção

No galope pátrio duma canção

Versificando pros povos letrados

Perdão para todos os corneados

Nestas paróquias da depravação.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 10/04/2022
Reeditado em 04/09/2024
Código do texto: T7492024
Classificação de conteúdo: seguro
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