AS CINZAS DO BOQUEIRÃO

AS CINZAS DO BOQUEIRÃO

Por Coimbra "O peregrino"

RAMDH202213021026

01 Madrugando, um atalaia

Saiu em uma missão

A noite estava plena

E havia escuridão

Sua meta era chegar

No arraial de um lugar

Chamado de Boqueirão!

02 Para ir ao seu destino

Por três horas_ele seguiu

Ele ia cumprindo ordem

Que Deus a ele instruiu

Passou vários empecilhos

As vezes errando trilhos

Mas o lugar ele viu.

03 Boqueirão era um ponto

Entre serras esquecidas

Passou lugares estranhos

Cavernas desconhecidas

Por fim ao amanhecer

Com o sol a aparecer

Terminou sua investida

04 Ao penetrar na vila

Chamada de Boqueirão,

A primeira coisa que viu

Foi falta de educação ,

E na rua uma gritaria

Maltratando uma cotia

E também um velho cão

05 A vila tinha o formato

De um barco a vapor,

No centro havia um largo

Contendo mato sem flor,

Pode ouvir gente xingando

Quem no arraial ia entrando

Com forma de desamor.

06 A medida que ele ia

Pela rua principal

Notava um movimento

Como sendo um festival

Onde pessoas cantavam

Palavras que indicavam

Pecadores em bacanal

07 Por estar indo a pé

Naquele ermo perdido

Pode passar em lugares

De trânsito proibido

E até entrar numa gruta

Onde havia uma disputa

De galos-índios sofridos

08 Muitos rapazes ali

Gritavam pelo entrave,

Porém ele achou o fato

Absurdo e muito grave

Duas aves se bicando

Já com sangue derramando

Com sofrimento em destrave

09 Desgostoso ele ficou

Ao ver aquela arrelia

Tentou separar a briga

Que ali acontecia

Entretanto foi barrado

Pelo principal culpado

Do que ali acontecia.

10 Ali precisou fazer

O uso da sua fé

Que é dada aos peregrinos

Pra mudança de maré

Deu um recado valente

Mostrando o poder da mente

De quem de Jesus Cristo é

11 Aquela briga de galo

Num antro do Boqueirão

Ficou marcada no tempo

E nessa escrituração

Pois a maldade humana

Bestial, tola e profana

Pra Deus é contravenção!

12 Aqui registra a história

Sobre a tal localidade

Onde o povo praticava

Só resquícios de maldade

Até que um certo vulcão

Fez total destruição

Cobriu de lava a cidade!

13 Hoje quem passa por lá

Não vê mais o boqueirão,

No vale entre duas serras

Não existe habitação,

Foi soterrada com cinzas

Pois o povo era ninfas

Da maldade em profusão!

14 Mas o recado foi dado

Por um certo peregrino

Instruindo aquele povo

Pra terem um santo inclino

Porém não acreditaram

Pelo contrário, zombaram

Sumindo em fatal destino!

The end - Coimbra Zóloélo