O MUNDO LOUCO

O MUNDO LOUCO

Que um dia será nada

01 Vejo uma janela aberta

Dando vistas para o mundo

E no alto uma sombra

Escurece o céu profundo

Daquela contemplação

Me vem à reflexão:

Que a terra não tem fundo

02 Naqueles meus pensamentos

Me pus a filosofar

Que nosso mundo é um antro

De mistérios a revelar

Onde a vida e a morte

Só de Deus tem o suporte

Pra poder continuar!

03 O tempo e as distâncias

São compostos desse estado

Onde estamos avançando

Sem um rumo programado,

Certamente cada mente

De qualquer um ser vivente

Tem seu destino marcado.

04 Portanto não adianta

Ter projetos ou ideais,

A estrada de cada um

Tem diferente finais

Todas terminam num poço

Onde o fundo é composto

De seus lastros desiguais

05 Dentro da lei da visão

Muitos pontos aparecem,

E as vezes se confundem

Nos ares que escurecem,

Para os olhos é um composto

Cujo brilho dá ao rosto

Destaques que desvanecem

06 Com eles também se vai

A imagem a entrever,

E na linha da eternidade

São traços a discorrer

Entre a ponta e o começo

Tem um pico de arremeço

Para a vida compreender

07 De posse daquele dom

Uma luz vem do poente

E nas plagas da CONSTANTE

Surge um brilho reluzente,

São às emissões do sol

Que num diário arrebol

Dão aos olhos um presente

08 O poeta vê então

Uma tela iluminada,

Contendo, uma frase escrita

Que merece ser citada

Pois se for compreendida

E à risca ser seguida

Vai ter riqueza encantada!

09 Na força do encantamento

Dos valores encontrados,

Surge o real movimento

Que à alma dá recados,

Sendo lances de saber

Para melhor entender

A vida em seus "estados"

10 Então a visão do mundo

Da janela contemplada,

Transforma em filosofia

A ordem observada,

Onde o muito e o pouco

É parte do mundo louco

Que um dia será nada!