Meu tempo...

Minha infância tão querida

Sempre fui muito

quietinha

Não fazia arte alguma

Pois vergonha eu sempre tinha

Pagiava os irmãos

Sentindo uma mamãezinha

Eu não era a mais velha

Três irmãos vinham primeiro

Mas por ser ajuizada

Sempre eu era o olheiro

Eu assim cresci esperta

Lobo em pele de cordeiro

Sendo assim eu me tornei

Mulher muito independente

Não pedi nada a ninguém

Achando suficiente

Tudo eu sempre resolvi

De maneira inteligente

Mas o tempo foi passando

E de mim fui me esquendo

Anulando meus desejos

Dos outros babá fui sendo

Nessa idade mais madura

Descansar estou querendo

O corpo está cansado

Mas a mente não aceita

Quer tá sempre no trabalho

Pensamento não indireita

Para quem tanto já plantou

Tempo agora é de colheita