Cordel de São Sebastião
Sua licença eu vou pedir agora,
pois vou contar a história de um Santo,
que junto a Deus igual Nossa Senhora
intercede pelo povo em qualquer canto.
O seu nome é conhecido mundo afora
pois é ele um exemplo de cristão
ao fiel que pediu desde a aurora
o favor de meu São Sebastião.
Sebastião é francês de nascimento,
mas na Itália é que ele foi criado
por seus pais que lhe deram ensinamento
de Jesus, o Deus Filho revelado.
Correu o tempo, e foi chegada a hora,
pois adulto se fez naquele ano,
de alistar-se logo e sem demora
nas legiões do rei Diocleciano.
De figura imponente e mui bravura,
o agir com prudência o destacava,
pois em tudo caminhou com a lisura,
não importa onde quer que se encontrava.
Foi assim que Sebastião um dia,
de soldado bem treinado e pontual,
tornou-se chefe de uma tropa que fazia
do imperador a sua guarda pessoal.
Sebastião agora em cargo de evidência
não negou fé e mesmo junto ao império,
passou cuidar de todo preso com clemência,
sendo de Cristo, foi cumprir seu ministério.
O imperador em sua vã filosofia
do seu exército promoveu a expulsão
de qualquer um que ao Bom Jesus seguia,
pois não queria em seu meio um só cristão.
Passa o tempo e um soldado denuncia,
para o deleite do cruel imperador,
que em seu exército ele encontraria
Sebastião, de Jesus um seguidor.
Diocleciano se sentiu assim traído,
e mais ainda ao ouvir de Sebastião,
que a Jesus ele seguia destemido,
defendendo seu motivo em ser cristão.
O imperador ficou muito enraivecido
com as palavras de um autêntico cristão,
mandou matar a flechadas, mas lhe digo,
que ainda assim não morreu Sebastião.
Apesar de muitas flechas que o lançaram,
tendo seu corpo perfurado e em sangramento,
Sebastião teve ajuda, pois o acharam
os seus amigos que lhe deram acolhimento.
Sebastião depois de um tempo, já curado,
se apresentou ao infame imperador
que a essa altura havia declarado:
o cristão, para o Estado, é malfeitor.
E Sebastião se pôs de pé para defesa
dos cristãos que penavam injustiça,
censurando o rei com sua destreza
e pregando, em Cristo, a Justiça.
Diocleciano novamente em sua loucura,
outra vez mandou matar Sebastião
a pauladas de golpes com fartura
e com bolas de chumbo em conclusão.
Por ordem do malvado imperador,
no esgoto de Roma foi lançado
o corpo daquele bom pregador,
pois temia por cristãos ser venerado.
O corpo de Sebastião foi resgatado
pelas mãos de uma Santa Luciana,
e de pronto em catacumbas sepultado,
tal o esforço da piedosa dama.
Quatro séculos passaram e de repente
Roma teve outro imperador,
que construiu uma basílica imponente
para o povo se encontrar com o Senhor.
Nesta basílica ainda hoje é guardado,
após solene ato de transladação,
das relíquias do grande Santo amado
de Jesus, o Mártir São Sebastião.
Certa vez, Milão e Lisboa eram assoladas
pela peste que avança sem descanso,
e muitas vidas assim foram ceifadas
até que o povo a Deus pediu remanso.
O povo pediu ao Santo Sebastião,
pois temia assim o fim da humanidade,
com orações e súplicas de intercessão,
que a Jesus cessasse a enfermidade.
Por estes fatos que se deram na história,
Sebastião tornou-se muito conhecido,
e assim muitas cidades em sua memória
tem por patrono este Santo tão querido.
Completando aqui este meu simples canto,
a Deus clemente peço a compaixão,
e afasteis a peste, fome, guerra e pranto
por mercê e martírio de Sebastião.
Santana, Silvio S.- (Vida, 18/01/2022 – após dois anos do seu início)