Para um grupo puritano de zap
Hoje eu peço a Deus pai inspiração
A Beethoven eu peço harmonia,
Villa Lobos dê me a maestria
Mestre Zé do Tenor, orquestração
Tendo a música em comum nessa função
E quem administra não escape
Entre o chiba que gera disparate
E o cristão com moral de sinfonia
O que penso hoje eu digo em poesia
Neste grupo, mais um de what`s up.
Sei que existe a regra e o respeito
Mas eu nunca acatei hipocrisia
Hoje só, canto em minha freguesia
Não me iludo pois sei sou bom sujeito
Se não fui neste grupo bem aceito
É porque toquei em lugar comum
Do pornô que habita em qualquer um
Que por medo até pensa mas se cala
Entre o grave e o agudo da escala
Aí não vejo santo, não, nenhum!
Quem não gosta de ver mulher pelada
É talvez por desprezo a anatomia
Na mulher Deus pintou a poesia
De um sol e uma noite estrelada
Bem vestida ou bem arreganhada
O segredo vai sempre estar no meio
No bum bum ou no bico de um seio
Que excita o homem e perpetua
E assim é que a vida continua
Bem pujante e sem nenhum receio.
Se é pecado ver as partes pudendas
De mulher eu já sei sou pecador
Mas você se também é caçador
Porque finge e omite as parlendas
Sou mancebo e nas fêmeas busco as fendas
No compasso e ao som do natural
A vagina foi sempre o canal
Onde entra o homem pra gerar
Então é escabroso eu ver, falar
De um bem que no mundo é geral?
Quem me dera o dom de Aucelau,
E a desenvoltura de Isaias
Luiz Nunes instrutor naqueles dias
Em que fiz Formação e não fui mau
No Custódio de Mello minha nau,
Em oitenta e cinco eu embarquei
Em Natal o meu tempo terminei
Sem jamais omitir palavra chula
Mas não quero que o grupo me engula
Pois não posso mudar a minha lei.
Nasce a lei do poeta Agamenon
Sob a égide do Robertson Coronel
Que será indicado ao Nobel
E também às Brumas de Avalon
Por saber legislar tal qual Solon
Será meu candidato a presidente
Defendendo o poeta porque sente
Desbastar o teor da ignorância
Dando espaço maior à tolerância
De alguém exilado, dissidente!