Raiz aprazível
Nesse dia especial que se irradia.
Da carne de sol que tanto apreço.
Por isso é que escrevo essa rima.
Singela, que eu mesmo reconheço
Esse cantar que me fascina.
Minha prosa possui endereço.
No sertão aprazível da minha raiz.
Dessa descendência que vale ouro.
Aquele gracioso lugar
É que encontro o meu tesouro.
Lá se arranca a beleza fraternal
As marcas dos chifres na parede do touro.
Encontro o meu avô e o queijo do sertão
Como a paçoca da mãe da gente
Que saliva no ceu da boca com aguardente.
No horizonte a Meruoca sertaneja,
Como os pássaros no açude em cantoria.
Lá encontro a minha linhagem, o meu cordão.
E o calor da família Parente que me irradia.
Terra afável que se estende para a minha direção.
Está próxima a sombra do juazeiro,
Como a rede de tucum na varanda.
Na enxada rasgando o pó da terra
Como o badalar do chocalho da cabra branda
E no suor do vaqueiro do sertão.
Árvore fraternal da minha terra.
Galhos que pulsam a Deus da criação.
Bravura dessa gente Aprazível!
Família simples e valente!
Essas são as raízes da minha geração!