Amor proibido
Vou contar uma triste história
De um vaqueiro arretado
Trabalhava toda hora
Em uma fazenda de gado
E já fazia muito tempo
Que estava apaixonado.
Vendo a filha do patrão
Todo dia na fazenda
Lhe enchia o coração
Toda vez que a comprimenta,
Mas o vaqueiro já sabia
Que ali tinha perigo
Pois diante do patrão
Esse amor é proibido.
O patrão lhe considera
Um rapaz de esperança
É o melhor vaqueiro
A quem devo confiança.
Mal o patrão sabia
De toda essa história
De tudo que o vaqueiro sentia
Pela sua filha Vitória.
Um dia o patrão falou
Ao vaqueiro companheiro
A minha filha só se casa
Com cabra que tem dinheiro.
Ouvindo seu superior
O vaqueiro ficou transtornado
O que faço meu senhor
Se estou apaixonado
Pela filha do patrão
Que me quer bem, ao seu lado.
Um dia pertinho dela
Foi logo lhe falando
Me desculpa Cinderela
Pois estou te amando
E se seu pai souber
Acaba me matando.
Uma lágrima derramou
No seu rosto bem ligeiro
E logo se atirou
Nos braços do vaqueiro
E disse meu querido
Esse amor foi meu primeiro
Pois do dia em que chegou
Aqui nessa fazenda
Já senti esse amor
Espalhar pra todo lado
Só não sabia que você
Também era apaixonado.
Ainda disse ao vaqueiro
Esse amor é proibido
Se o meu pai souber
Enfrenta qualquer perigo
Faz tudo que puder,
Mas não deixa a gente vivo.
E assim foram levando
Esse amor proibido
Toda noite se encontrando
Pra namorar escondido
E muito tempo foi passando
Sem o patrão ter percebido.
Um dia o vaqueiro falou
Para a filha do patrão
Hoje vou falar com seu pai
E pedir a sua mão.
Ela ficou transtornada
Sem saber o que fazer
Pediu para não dizer nada
Com medo de morrer.
Mas o vaqueiro lhe disse
Tenha calma por favor
Se seu pai não aceitar
Lutarei por nosso amor
Ele pode me matar
Ou me fazer sofrer,
Mas só saiu dessa fazenda
Junto com você.
Então o vaqueiro falou
Com toda educação
A mão da sua filha
Me conceda meu patrão
Sei que não tenho nada
Sou apenas um vaqueiro,
Mas o amor que a gente sente
Supera qualquer dinheiro.
O patrão impressionado
Com tamanha ousadia
Falou para o vaqueiro
Ir embora na luz do dia
E se o visse ainda
Não sabia o que fazia.
Ainda lhe disse assim
Meu caro companheiro
Eu só não lhe dou um fim
Por você ser bom vaqueiro,
Mas vá embora dessa fazenda
Amanhã muito ligeiro.
O vaqueiro saiu dali
Muito desconsolado,
Mas ainda disse assim
Ao patrão bem irritado
Eu só saiu daqui
Com a sua filha do lado.
Ainda naquela noite
O vaqueiro disse a ela
Venha embora comigo
Minha doce, linda e bela
Vamos viver o nosso amor
Que o destino nos espera.
Dali os dois saíram
Muito alegres, sorridentes,
Mas mal sabiam eles
O que esperavam pela frente.
Um pistoleiro bem armado
A pedido do patrão
Se crusarem essa cancela
No final da minha terra
Sem nem uma piedade
Que matasse ele e ela.
E assim foi feito
O pedido do patrão
Um casal apaixonado
Caído naquele chão
E a noite de luar
Escureceu na imensidão
E ali naquela terra
Não nasceu mais nem um grão.
Essa foi uma triste história
Que conto para os vaqueiros
De um patrão sem coração
Que só pensa em dinheiro
Que destrói uma paixão
Pra viver no desmantelo.
Francisco Antonio