A RICA HISTÓRIA DE UM POBRE MENINO

Era uma vez um menino

Que vivia no sertão.

Ele brincava pulando

Ou se arrastando no chão.

Todo brinquedo que tinha

Provinha de um artesão.

Pra começar, o pião,

Com acabamento bem feito,

Ele jogava com força

Quase da altura do peito

E vendo que ele dormia

Sorria bem satisfeito.

Também fazia, com jeito,

Tendo um gancho de madeira,

Liga de borracha e couro,

Uma peça de primeira,

Que depois de estar prontinha

Virava uma baladeira.

Saía em toda carreira,

Mostrando equilíbrio bom,

Conduzindo um pneu velho,

Munido de um guidom,

Pela estrada, bem branquinha,

Sem que produzisse som.

Demonstrava ter o dom

Quando, num rápido instante,

Produzia estaladeira,

Do seu jeito mais brincante,

Usando talo cortado

Do bom capim elefante.

Com seu jeito mais vibrante,

O tal menino fazia

De conta ser fazendeiro

Tendo osso como cria,

Em curralzinho de pedra

Feito com muita alegria.

O garoto, na folia,

Vendo os frutos do pereiro,

Foi buscar na fantasia

Um pensamento ligeiro,

Fazendo deles galinhas

Foi criar um galinheiro.

Sem precisar de dinheiro,

Sem ter ouro, nem ter prata,

O menino fabricava

O seu carrinho de lata,

Fazendo os pneus do pau

Que ele encontrava na mata.

Sem precisar ter gravata,

O tal menino inventor,

De uma latinha de leite,

Com um cordão puxador,

Fabricou a roladeira

E brincou de rolador.

Mostrando ser criador,

Fazedor do pensamento,

Com pau, prego e alumínio,

Foi criar um catavento,

Cuja hélice girava

Se corria contra o vento.

Brincando, bem a contento,

Com 5 pedras na mão,

O tal menino brincava,

Com irmã, amigo e irmão,

Para ver quem acertava

Simples adivinhação.

Essa história tem razão,

Noção e procedimento,

Pois o menino brincava,

Com todo contentamento,

Fazendo o próprio brinquedo

Ser diversão do momento.