Lembranças de mamãe!
Hoo ... mamãe,
que saudade veio agora
Daquele xero da senhora
E da “parma” da mão estendida
Secava as lagrima, limpava as ferida
Dispois dizia “Levante humi”
“vamo simbora”
Bem “cedim”, vendo a Aurora
Sem demora lhe acordar
MININO!!!! Café na mesa
E um sorriso no “gritar”
Rapadura e bolacha seca
A combinação perfeita
De quem só quer merendar
Chega a hora do almoço
Disso não posso reclamar
De tudo se tinha um pouco
E as vezes tão pouco, pra faltar
Mas com a fé e o amor devido
Separado e bem medido
Todo mundo ia provar.
Toda noite, as 6 hora
Via o “sor” se esconder
Mamãe nem dizia nada
Mas eu? Ora... já sabia o que fazer
E Chamano o povo da casa
O terço? eu mermo tirava
Pros outro tudim responder
No radim lá no alpendre
Eu, vovô e a cantoria
E de “repente” em “repente”
Não é que de repente eu drumia?
E antes que as muriçoca chegasse
Mamãe sem que eu espertasse
Pegava um lençol, e me cobria
Haaaa
E quando eu ia drumir?
Por ser caçula me aproveitava
E com os irmão apostava
Quem iria conseguir
O maior prêmio dali
Quem ganhasse não trocava
Ouro, bronze e até prata
Perdia todo o valor
Apertão com os cuidado do amor
Era o cafuné que senhora dava
Tinhas noite que eu não entendia
E as “veis” ficava a “preguntar”
Ora, Dispois de um Feijão verde, pirão quente
mucunzá
O que que há com mamãe?
É tudo “mei instrain”
Parece que tudo tá mar?
Ora...
EU menino inocente
Não tinha a menor noção
Que a comida ela dividia
Pra eu, vovô e meus irmão
E de barriga vazia
Ela Chorava, ela Sorria
E ao mermo dizia
“Brigado deus, Cumpri minha missão”
Há Mãe ...
Se essa vida é cumprida
E se espicha feito elástico
Não precisava ela torar
Basta só ela “vortar’
Isso nem arranca pedaço
Mas o destino como um laço
Me lançou a dor morte
E feito sal dentro de um corte
Fez arder a chicotada
Chora os ZOi, fere a alma
Amarrando o peito a saudade
Essa dor Minha gente
Não tem idade
Só o tempo é que “acarma”
Deus... Como seria bom
Se um dia eu visse
Que essa saudade imensa
De escada me servisse
Ia direto no céu
Recitava esse cordel pra mamãe
e de quebra “gaio”
Ganhava aquele cafuné
Me diga Quar o fio que não quer
Nesse dia
Nove de maio ...
Kennedy costa