QUEM QUISER QUE QUEIME A MÃO

QUEM QUISER QUE QUEIME A MÃO

Miguezim de Princesa

I

A política é um teatro

De farta argumentação:

Muitas palavras bonitas

Para causar comoção,

Ganha quem for mais ligeiro

- O meu pirão vem primeiro! -.

Quem quiser que queime a mão.

II

Na hora em que está com fome,

Come farinha e feijão,

Sorri e fala baixinho,

Abraça e dá apertão,

Mas depois fica arrogante,

Até muda de semblante,

Quem quiser que queime a mão.

III

- Me acuda que eu tô morrendo,

Corre que eu tô me afogando! –.

Quando chega à beira d´água,

Vê o risco se afastando,

Já esfria a relação,

Quem quiser que queime a mão,

Em um e outro apostando.

IV

O povo fica brigando,

Quando é tempo de eleição,

O rosário de promessas

Se perde na imensidão,

Depois vem homem e mulher

Com a boca de fecho-ecler,

Quem quiser que queime a mão.

V

Um vivia me procurando,

Até era ciumento,

Depois desapareceu

E agora nesse momento

Me mandou o zap dele,

Mas eu preparei pra ele

A chibata do jumento.

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 30/12/2021
Reeditado em 04/03/2023
Código do texto: T7418682
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