DEIXE A NATUREZA EM PAZ
Seu Gabriel homem rico
Finalmente aposentado
Comprou a casa de campo
Que sempre havia sonhado
Pra la foi com a família
Comprou toda a mobília
Cavalos aves e gado
Montou um lindo viveiro
Com pássaros coloridos
Naquele tempo esse hobby
Ainda eram permitidos
Quando amanhecia o dia
Acordava com a sinfonia
Que alegrava seus ouvidos
Todos os dias porém
Buscava nas verdureiras
Banana mamão maduro
Laranja e maçãs e peras
Era a base da ração
Ele cumpria essa missão
Catando sobras na feira
Mas um dia ele notou
Uns passarinhos sumindo
Canários coleiras e saíras
E um raro bonito lindo
Então ficou de plantão
Se escondeu no barracão
E de lá ficou ouvindo
Quando o dia clareou
Começou a perseguição
Os tucanos atacavam
O seu mais belo azulão
Pra ele foi uma tristeza
Um bicho de tanta beleza
Matando sem compaixão
Ele não acreditava
No que havia presenciado
Aqueles pobres inocentes
Estavam sendo predados
Presos naquele lugar
Não tinham como escapar
Então se sentiu culpado
A partir daquele dia
Ele tomou uma decisão
Mesmo que sua atitude
Lhe apertasse o coração
Depois da triste surpresa
Ele num gesto de grandeza
Abriu a porta da prisão
Depois disso se redimiu
Daquelas cenas de horrores
Hoje trata os passarinhos
Onde montou tratadores
E agora com a liberdade
Todos tem a capacidade
De fugir dos predadores
E ele em sua cadeira
Pode curtir essa visão
Fotografando e filmando
Descobriu a sua vocação
Até montou uma revista
Onde protege uma lista
De espécies em extinção
Não devemos intervir
Contra a fauna preservada
Deixemos que a natureza
Administre a bicharada
Porque tirar sua liberdade
Chega a ser uma crueldade
De mentes desavisadas