R O S I T A
Rosita era uma moça prendada
Filha de uma viúva bem fogosa
Tinha um jeitinho de dengosa
De sua mãe não conhecia nada
Quando era vivo o pai de Rosita
Sua mãe era menos saliente
E ela até se fazia de crente
Todos lhe achavam bem esquisita
Essa menina nem ia para a rua
E nem podia ficar também na janela
Por ser uma jovem muito bela
Podia ela se encantar com a lua
Lua sempre lembra namorado
E isso seu pai não consentia
E assim prá ela o velho mentia
Plano por ele bem elaborado
Rosita com certeza tinha idade
Para demonstrar o seu amor
Danado é que esse senhor
Atrapalhava a sua felicidade
O tempo então foi passando
Com a donzela presa em casa
Era como pássaro sem asa
E com isso se acostumando
Rosita passou dos vinte anos
Sem conhecer um bom rapaz
Pois o seu pai então foi capaz
De por ela traçar os seus planos
Só queria prá ela homem de bem
Mesmo sendo ele um coroa
Isso para ele seria uma boa
O pai não admitia mais ninguém
A moça triste não se interessou
Chegou aos trinta virgem ainda
Mesmo sendo ela muito linda
O tempo para ela não passou
A mãe se fazendo de santa
Para impressionar o marido
No quarto era muito gemido
Todo seu tesão ela espanta
Mas o velho certo dia adoeceu
Não conseguiu escapar da morte
Para Rosita isso foi muita sorte
Pois para ela alguém apareceu
Um rapaz de boa aparência
Filho de um conhecido do pai
E com ele ela agora sai
Da mãe ela pede paciência
A mãe também não agüentou
Ficar sem um homem de lado
Tratou de arrumar namorado
E o fogo das duas esquentou
Prá igreja a mãe não ia mais
Queria era aproveitar a vida
Eita que mulher enxerida!
Vida caseira prá ela jamais
Rosita mudou sua aparência
Se era bonita agora é mais
Em namoro elas eram iguais
Nisso tudo haja eficiência
Depois que o velho morreu
A donzela criou coragem
Teve ela então a miragem
Do mundo que o pai escondeu
Batem o mundo e o fundo
Sem preocupação com nada
Não tem mais vida de confinada
A elas pertence o mundo