JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO

Era uma vez um garoto

Que se chamava João

Vivia com sua mãe

Em terrível privação

Numa pequena casinha

E nada mais ali tinha

Para alimentação.

A única solução

Era procurar vender

Uma vaquinha que tinham

Pra não deixá-la morrer

Porque leite já não dava

Se para eles faltava

Ela iria sofrer.

João saiu para vender

A vaca de estimação

Porém ninguém quis comprar

E a única solução

Que encontrou foi trocar

Para poder se livrar

Daquela situação.

Lhe aparece um cidadão

Que se dizia vidente

E chamou João pra trocar

A vaca em cinco sementes

De feijão mágico que iria

Livrá-lo da agonia

Deixar de ser penitente.

João saiu muito contente

Levando os grãos de feijão

Mas quando chegou em casa

Ganhou da mãe um sermão

E furiosa pegou

As sementes e jogou

De porta a fora no chão.

Coitado do pobre João!

Estava tão animado...

Vendo sua mãe zangada

Foi dormir muito frustrado

Mas que desengano trágico!

O homem disse que era mágico...

Será que foi enganado?

Mas como diz o ditado,

Quem a Deus sempre é fiel

Vence qualquer sacrifício

E João não era incréu.

Sempre teve confiança

Em Deus e com esperança

Desempenhou seu papel.

Nosso Senhor lá no céu

Que a seu drama assistiu

Resolveu dar uma mãozinha

E de lá de cima viu

Quando a mamãe de João

Desprezou todo feijão

Cometendo desvario.

E enquanto João dormiu

O seu feijão germinou

Cresceu repentinamente

Que até no céu chegou

Com toda capacidade,

Era mágico de verdade,

O homem não lhe enganou.

E quando João acordou

Que viu aquela beleza

Só podia ser por mágica

Ou obra da natureza.

E já subiu com alegria

Pra ver até onde ia

Aquela linda surpresa.

Pelas nuvens, com certeza,

Subindo João passou

E o lindo pé de feijão

Mais verde ainda ficou

No azul se destacando

E o menino escalando

Até que no céu chegou.

Um mundo lindo encontrou

E ficou mais deslumbrado

Por entre o branco das nuvens

Viu um castelo encantado

Para lá se dirigiu

Mas uma mulher o impediu

Lhe advertindo: - Cuidado!

Nesse castelo encantado

Mora um monstro muito ruim

Só ainda não matou-me

Porque precisa de mim.

Ele está dormindo agora,

Se acordar lhe devora

E terás um triste fim.

De repente o monstro ruim

Começou a despertar

Ela escondeu o garoto

Pra ele não o encontrar

E foi para o fogão

Preparar uma refeição

Para o alimentar.

Mas o monstro a farejar

Sentiu cheiro de criança

E não parava discreto

Com aquela desconfiança

Começou a procurá-lo

Pois tinha que encontrá-lo

Pra fazer uma matança.

A mulher, com confiança,

Tenta acalmá-lo a sorrir

Ele tinha se enganado

Que procurasse dormir

Deixasse de desatino.

Como é que um menino

Chegaria até ali?

Para fazê-lo dormir

Manda uma galinha botar

Um grande ovo de ouro

Pra sua riqueza aumentar

E a harpa encantada

Tocar uma linda toada

Para ele se acalmar.

João saiu do lugar

Onde estava a se esconder

Pegou a galinha e a harpa

Sem a mulher perceber

Correu com sofreguidão

Chegou no pé de feijão

E começou a descer.

Mas quando estava a correr

Fez um barulho danado

Com isso o monstro acordou

Deu um esturro danado

Não viu a sua galinha

Nem a harpa e viu que tinha

Por alguém sido roubado.

E saiu descontrolado

A procura do ladrão

Na busca ele avistou

Aquele pé de feijão

Por onde João desceu

Então ele resolveu

Descer em perseguição.

Mas o menino João

Há tempos tinha descido

Quando chegou lá em baixo

Foi esperto e precavido

O pé de feijão cortou

E o monstro despencou

Caindo desfalecido.

João, agora prevenido

Conseguiu felicidade

Aqueles ovos de ouro

Lhe deram prosperidade

Com sua mamãe querida

Tiveram uma nova vida

E fartura de verdade.

Riqueza e felicidade

Não é fácil conseguir

as com determinação

Chega-se a um novo porvir

Riqueza vem com o trabalho

Honestidade é o atalho

Para feliz se sentir.

João precisou sair

Do mundo que se criou

E entrou no mundo dos sonhos

Que a fortuna encontrou.

Uma riqueza inventada

Em outro conto de fada,

E a história terminou.

Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 08/12/2021
Código do texto: T7402935
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