Desafio
Oh Socorro, Sa’menina
Tua poesia tem brio
Eu gostei da tua rima
Em teu talento confio
Acendestes mi’a lamparina
Se não fosse hoje a faxina
Eu lançava-te um desafio.
Socorro: O talento de Lúcia é ímpar
Como s'a moça não há
Aceitar teu desafio
É luta Boa de entrar
se não fosse a manicure
E meu cabelo branco pintar
Te desafiava também
Pra me ensinar a rimar.”
Lúcia: Oh Socorro, merimã
Como que vou te ensinar?
Teu verso é talismã
Nele pude me inspirar
É tão rica a tua rima
D’uma composição fina
Que chego a me acanhar
Socorro: Lucia deixe de besteira
Não vou a ti me comparar
Somos irmãs nas origens
Mas na rima não tens par
Teu verso que é diamante
A joia que crias em instante
Só tu sabes lapidar”
Lúcia: E ainda fica dizendo
Que a mim não se compara.
E o que é que estou vendo?
Tua rima é Jóia cara
Que nasce tão espontânea
Socorro, minha conterrânea
És uma poetisa rara.
Socorro: Não mangue de mim amiga
Não zombe da minha escrita
A vida nos mostra gente
Cruza caminhos na dita
Como posso merecer
Elogios de você
Lucia, flor e poetisa?!”
Lúcia: Miga, deixe de besteira
Continuemos a rimar
Pode ser a tarde inteira
Você aí, e eu cá
Não esconda o seu ouro
Me mostre o seu tesouro
Bora então declamar
Socorro: Esse mundo é muito grande
Vasto mais que se deduz
Nessa imensidão de terra
Cada um busca sua luz
Encontros inesperados
Que só se explica se dados
Os créditos ao Bom Jesus.”
Lúcia: Uma peleja histórica
Entre agente e coordenadora
Poesia simples, ou retórica
Pedagoga, ou inspetora
Hierarquias à parte
O que importa é a arte
Vamos brincar de escritora.
Socorro: Coordenadora e agente
Ambas com o mesmo projeto
Nos corredores com os alunos
Nas tardes de papo aberto
No labor de todo dia
Uma prece ou cantoria
Trabalham bem sem euforia
Que é pra escola dar certo.”
Hoje paro por aqui
Pra evitar a fadiga
Vou pra sogra em Limeira
Lá encho minha barriga
Naquela mesa de café
O dia que tu quiser
Vai ser bem vinda amiga.”