LAMENTOS DO SERTANEJO
Autor: Gerardo Carvalho (Pardal)
A seca aqui no nordeste
Quando vem é um suplício
Eu sou um cabra da peste
Mas é grande o sacrifício
Pois quando esta seca vem
Pouco aparece alguém
Para fazer um benefício.
Quando o ano é de seca
Aqui é um lamento só
Falta água nas cacimbas
Leito de rio vira pó
E o caboclo em retirada
Vai buscar outra morada
É coisa de fazer dó.
Não dando mais pra levar
A vida neste torrão
Por causa da seca braba
Procura-se outro chão
Na esperança de viver
Sem ter que muito sofrer
Mas às vezes é ilusão!
Chegando à cidade grande
A gente passa até fome
Ninguém conhece ninguém
E até se perde o nome
É muito mais sofrimento
E a esperança num momento
Da vida da gente some.
O jeito é apelar pra Deus
Fonte de toda a bonança
Em quem a gente acredita
E Nele tem confiança
Para poder suportar
Esta seca e superar
Com muito mais esperança.
Ó Senhor Deus de bondade
Olhe para nossa gente
Que nessa seca danada
Tem uma vida deprimente
Que os políticos na nação
Encontrem uma solução
Pra estiagem renitente!