LAMENTOS DO SERTANEJO

Autor: Gerardo Carvalho (Pardal)

A seca aqui no nordeste

Quando vem é um suplício

Eu sou um cabra da peste

Mas é grande o sacrifício

Pois quando esta seca vem

Pouco aparece alguém

Para fazer um benefício.

Quando o ano é de seca

Aqui é um lamento só

Falta água nas cacimbas

Leito de rio vira pó

E o caboclo em retirada

Vai buscar outra morada

É coisa de fazer dó.

Não dando mais pra levar

A vida neste torrão

Por causa da seca braba

Procura-se outro chão

Na esperança de viver

Sem ter que muito sofrer

Mas às vezes é ilusão!

Chegando à cidade grande

A gente passa até fome

Ninguém conhece ninguém

E até se perde o nome

É muito mais sofrimento

E a esperança num momento

Da vida da gente some.

O jeito é apelar pra Deus

Fonte de toda a bonança

Em quem a gente acredita

E Nele tem confiança

Para poder suportar

Esta seca e superar

Com muito mais esperança.

Ó Senhor Deus de bondade

Olhe para nossa gente

Que nessa seca danada

Tem uma vida deprimente

Que os políticos na nação

Encontrem uma solução

Pra estiagem renitente!

Gerardo Pardal
Enviado por Gerardo Pardal em 17/11/2021
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