PINÓQUIO
Certa vez, era uma vez
Um simplório carpinteiro
Rico de inteligência
Mas muito pobre em dinheiro
Trabalhava feito louco
Mas o dinheiro era pouco,
Por isso era solteiro.
O simplório carpinteiro
Não tinha uma companheira
Então resolveu fazer
Um boneco de madeira
Pra ter com quem conversar
Sem precisar reclamar
Da sua vida solteira.
O boneco de madeira
Ficou uma perfeição
Igualzinho a uma criança
Só faltava animação
Mas o importante era ter
Alguém para preencher
Sua eterna solidão.
Não tinha animação
Mas isso ele faria
Pois sendo marionete
O boneco se movia
Pois se ele não falava
Carpinteiro perguntava
E o movendo respondia.
Qual não foi sua alegria
Quando viu seu bonequinho
Enquanto estava sentado
Descansando num cantinho
Carpinteiro trabalhava
Viu que ele se levantava
E caminhava sozinho.
Andou somente um pouquinho
Ainda meio banzeiro
E começou a falar
Sorrindo pra o carpinteiro
Que por sua habilidade
Tinha um filho de verdade
E ele era o pai verdadeiro.
Gepeto, o carpinteiro
Batizou com alegria
O seu filho de «Pinóquio»,
Passados mais alguns dias
Era chegado o momento
Com livros e fardamento
Para a escola o envia.
Pinóquio com alegria
Tinha a instrução de voltar
Para casa todo dia
Quando a aula terminar
Ele aprendeu direitinho
E até marcava o caminho
Pra nunca se desviar.
Porém um dia ao voltar
Algo chamou-lhe a atenção
Quando passava na praça
Havia uma multidão
Que assistia uma esquete
Um trupe de marionete
Fazendo apresentação.
Enfrentando a multidão
Pinóquio se aproximou
O diretor do teatro
Ao vê-lo o convidou
Pra também se apresentar
Com os bonecos encenar
De pronto ele aceitou.
Pinóquio se apresentou
A multidão aplaudiu
Sua natural destreza
Até quem chorava riu
O Diretor lhe pagou
Cinco moedas ganhou
Agradeceu e saiu.
Pinóquio se dirigiu
À escola pra estudar
Dois homens mal encarados
Tratam de o acompanhar
Demonstrando educação
Porém com má intenção
De o boneco aconselhar.
E começaram a falar
Pra ele tomar cuidado
Com todas suas moedas
Que podia ser roubado
Por um ladrão ou bandido
Que o dinheiro garantido
Era melhor enterrado.
Ou podia ser plantado
Porque dalí ia nascer
Uma árvore de dinheiro
Pra fazê-lo enriquecer
A riqueza o ajudava
Seu pai não mais precisava
Trabalhar para viver.
Pinóquio ainda quis ceder
Mas para o pai ajudar
Pegou as suas moedas
E resolveu enterrar
No terreno indicado
E ficou ali sentado
Para um pouco descansar.
E ficou a esperar
Do dinheiro o nascimento
Mas sem tirar a escola
E o pai do pensamento
Foi ficando moribundo
Caiu em sono profundo
Exposto à chuva e ao vento.
Aproveitando o momento
Que ele estava a dormir
Os dois pegaram as moedas
Trataram de escapulir
O boneco despertou
Aos amigos procurou
Não tinha ninguém ali.
Sem saber par onde ir
Estava desnorteado
Vendo o buraco notou
Que havia sido roubado
Lembrou a escola, o dinheiro
Sabia que o carpinteiro
Estava desesperado.
Triste e preocupado
Pensava no pai sozinho
Como podia ser ingrato
Com quem lhe dava carinho?
Não ia lhe dar desgosto,
Por isso estava disposto
A seguir o seu caminho.
Confuso, agora sozinho,
Continuou caminhando
Encontrou uma linda moça
Toda de azul, lhe falando
Na verdade era uma fada
Era o seu anjo da guarda
Que já foi lhe interrogando.
A fada foi perguntando:
«Aonde mora você?»
Disse ele: «Não tenho casa,
Vivo só, como se vê.»
E notou meio sem jeito
Que seu nariz de graveto
Começou logo a crescer.
A fada disse; «Você
Não deveria mentir»
Ele disse: «Me ajude!»
Ela disse: «Pode ir
Que seu pai está sofrendo,
Seu nariz está crescendo
Mas pode diminuir.»
Ele resolve sair
Como havia prometido
Feliz porque seu nariz
Já tinha diminuido
Correu pra casa porque
Tinha feito o pai sofrer
E estava arrependido.
E voltando distraído
Pensando com seus botões
Enquanto andava avistou
Um parque de diversões
Do caminho se desviou
E de repente se achou
Perdido entre empurrões.
No parque de diversões
Viu que imediatamente
O seu nariz de graveto
Volta a crescer novamente
Não cumpriu sua missão
Logo virou atração
No meio daquela gente.
Veio alguém alegremente
Começa a lhe oferecer
Sorvetes em quantidade
Que ele podia comer
Os sorvetes que quisesse
Comesse o quanto pudesse
Sem ninguém lhe interromper.
Para todo mundo ver
O Pinóquio começou
A tomar vários sorvetes
Que envolvido não notou
O que estava acontecendo,
E ali, todo mundo vendo,
Em burro se transformou.
O sorveteiro o levou
Para um circo e o vendeu
Logo ele viu o tamanho
Do erro que cometeu
Lembrou os conselhos da fada
Que ele não seguiu em nada
Depois se arrependeu.
No circo ele sofreu
Pois teve que trabalhar
Forçado, exaustivamente
Até não mais aguentar
E entrar em agonia,
Quando pra nada servia
Foi atirado no mar.
Com as ondas a lhe levar
Foi de novo convertido
Em menino de madeira
Então perdeu o sentido,
Quando acordou, se aperreia,
Uma faminta baleia
Tinha o boneco engolido.
Já se sentido perdido
Naquela barriga escura
Andou pra ver se encontrava
Ali alguma abertura
Encontrou seu pai querido
Que também foi engolido
Quando estava à sua procura.
Se abraçaram com ternura
Mas estavam abatidos
Quando encontraram um peixe
Que também foi engolido
Os três forçando a se unir
Assim conseguem sair
Daquele ventre fedido.
Pinóquio arrependido
Ao pai pediu perdão
Promete ser bom menino
Pois aprendeu a lição
Não mais desobedecia
Somente à escolia ia
Pra ter mais educação.
Envolvidos com emoção
Num abraço cordial
Quando a fada apareceu
Vendo o abraço emocional
E converte, à sua maneira
O boneco de madeira
Em um menino real.
Essa história genial
Mais um conto soberano
O autor é Carlo Collodo
Um escritor italiano
É mais um conto de fada
Que ensina a criançada
A ter um correto plano..
Quem mente comete engano
Acredita em falsidade
Desobedece aos seus pais
Causando leviandade
Indo em busca de aventura
Mas no final da loucura
Sempre aparece a verdade.
A pura felicidade
Só na verdade existiu
Obedeça sempre aos pais
Criançada do Brasil
Que isso só traz alegria.
E eu transformei em poesia
Mais uma história infantil.