RAPUNZEL

Não sei porque vivo aqui,

Nada fiz pra ter castigo

Só sei por essa mulher

Que o mundo é meu inimigo.»

Disse ele, «Isso é falsidade,

Te darei a liberdade

Se você casar comigo.»

Rapunzel pensou consigo

Um pouco pra responder:

«Que futuro eu tenho aqui

Se a ninguém posso ver?»

E pegando em sua mão

Responde com emoção:

Eu quero ir com você.

Mas não sei como descer.

Precisamos combinar

Sempre ao cair da noite

Você vem me visitar

Traz de seda uma meada.

Quando já estiver trançada

Desço pra gente casar.

E haja o tempo a passar

A bruxa indo de dia

Como haviam combinado

Toda noite ele ia

Continuavam se amando

Ele novelos levando

E outra trança ela fazia.

Ate que num belo dia

Ela em sua inocência

Perguntou porque a velha

Sentia deficiência

Quando ia lhe visitar

E o príncipe pra escalar

Tinha tanta eficiência.

A velha em sua inclemência

Rapunzel esbofeteou

«Pensei que estava isolada

E você me enganou,

Você é uma traidora»!

Depois com uma tesoura

As tranças dela cortou.

Desceu com ela e a levou

Para outra região

Num deserto abandonou-a

Sem dó e sem compaixão

Pra que ela padecesse

E alí, sozinha sofresse

Toda e qualquer privação.

Voltou com a má intenção

De ao príncipe castigar

Prendeu as tranças num gancho

E ficou a esperar

Que o príncipe ali surgisse

E pelas tranças subisse

E a vingança completar.

Não precisou esperar

Que a tarde estava findava

Logo o príncipe apareceu

Chamando por sua amada

Ela as tranças pendurou

O rapaz as escalou

E caiu numa cilada.

Não era a sua amada,

Estava a feiticeira

Com um olhar chamejante

Ela gritou zombeteira,

«Tu vais agora pagar

Por tentar me enganar

Junto com aquela rampeira!

A sua amada faceira

Já não está mais no ninho

Nem vai mais te emocionar

Cantando igual passarinho

Da tua vida sumiu

E o caminho que seguiu

Também será teu caminho.

O príncipe se viu sozinho

E bastante enfurecido

Quis saber de Rapunzel

O que tinha acontecido

Mas a bruxa só dizia

Que ele não mais a via

Que ela o tinha esquecido.

Para não ser agredido

Da janela ele pulou

Vinte metros de altura

Não sabe como escapou

Mas ao cair no caminho

Bateu com o rosto em espinhos

Que sua vista tirou.

Pela floresta vagou

Sem poder se orientar

Só de frutos e raízes

Podia se alimentar

Com a amada em pensamento

Não sossegava um momento

E só fazia chorar.

Haja o tempo a passar

E ele sempre seguindo

Seguia destino na floresta

Sem saber que estava indo

Na direção da amada

Que vivia abandonada

No deserto resistindo.

Naquele deserto infindo

Rapunzel sobreviveu

Com um casal de crianças

Que de seu amor nasceu

Sozinha os filhos criou

Mas seu infinito amor

Vivia em seu coração.

Cantando aquela canção

Que de bem longe se ouvia

O príncipe já estava perto

E ouvindo com alegria

Encontrou a sua amada

Que chorou desesperada

Porque ele não a via.

Duas lágrimas caía

Nos olhos do seu amor

Que recupera a visão

E pra seu reino levou

Rapunzel e as crianças

E em meio a grandes festanças

O rei os abençoou.

A vida continuou

O tempo ruim esqueceram

Criaram seus lindos gêmeos

Que na riqueza cresceram

O pai e a mãe casaram

Cada vez mais se amaram

E para sempre viveram.

Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 05/11/2021
Código do texto: T7379276
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.