Saudade guardada no coração

Saudade dos tempos de outrora

Fogão a lenha, panela de barro,

Água  cristalina da fonte,

Na muringa ficava fresquinha

No pote quase geladinha

Saudade dos tempos de outrora

Muita lembrança fica na mente

Bem guardada no coração

Parece massa fermentada

Que cresce como pão

O pão nosso de cada dia

Hoje compramos na padaria

Lembro-me do passado

O senhor na bicicleta era só gritaria

Olha o pão, olha o pão

O cesto preso a bicicleta

Pão doce e  de sal trazia

Com a gritaria do senhor

Nossa mãe na porta saia

Quero dez pães e o senhor vendia

Saudade dos tempos de outrora

Pizza nem sabia que existia

De ano em ano, bolo eu comia

As coisas não eram fáceis,

Mas muita  coisa boa tinha

Biscoito recheado, mordomia

Coca-Cola pouca gente bebia

Na verdade era sempre fruta

Que a gente tinha no quintal

Fazia suco e consumia

Suco de genipapo com pão doce

Fazia tanta alegria

Que era melhor que caviar

Era tão gostoso mais tão gostoso

Que era uma grande iguaria

Na escola todo tipo de merenda

A meninada não pensava duas vezes

Entrava na fila e a barriga enchia

Claro que tinha a merenda preferida

Nesse dia até os dedos lambia

Sopa, sardinha com arroz branco

 Almôndega com macarrão e molho

Lembro-me que nesses dias

A fila crescia e muita gente repetia

Os dedos muita gente lambia

Lembrar do passado é animador

Os bons momentos viram inspiração

Tempos de outrora que saudde

Não sei se voltam mais,

No entanto guardamos no coração 

 

Eduardo Modesto
Enviado por Eduardo Modesto em 25/10/2021
Código do texto: T7371005
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