REPENTES NO CORDEL -TERCEIRA PELEJA
TERCEIRA PELEJA DE REPENTES NO CORDEL
MOTE DO POETA JOSÉ RODRIGUES FILHO
O Vate sempre carrega
No fundo do coração
Um sentimento padrão
E, nele todo se entrega,
Seu respaldo ele não nega
A quem não tem pão na mesa
É de sua natureza
Ao mais fraco dá a mão...
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Rodrigues mote e glosa
Caminhe com humildade
Mesmo tendo grande estudo,
Na vida seja desnudo
Desse conceito maldade!
Pois se nossa humanidade,
Enxergar com sutileza
Irá vê essa grandeza
Que cada um é nosso irmão...
Um pouco de compaixão,
Para vencer a pobreza.
Douglas Alfonso: glosa
Quando tiver tempo estude
Para abrir seu horizonte,
Pois bebendo dessa fonte
A maldade não lhe ilude,
Também, serve de virtude,
Não renegue tal proeza
Mesmo estando sem destreza
Em pior situação.
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Rodrigues
Não julgue ou será julgado!
Procure ter esperança
Pregue amor paz e bonança,
Ajude um necessitado
Tudo aqui será deixado,
Para quê tanta avareza
Contida no coração?
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Douglas
Deixe pra Pôncio Pilatos
O cargo de julgador
Dê preferência pro amor,
Não creia em tantos relatos
Nem mesmo sequer, nos fatos
Emprenhados de certeza,
Mas que possam dar tristeza
A qualquer um cidadão...
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Rodrigues
Temos que lutar bastante
Nesse nosso dia a dia!
É muito brava a porfia,
Mas vamos sempre adiante...
Percebemos no semblante
De quem tem total franqueza,
Plante amor, colha pureza...
Reparta sempre seu pão,
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Douglas
A luta será renhida,
Usaremos teimosia
Assim como poesia
Para ganhar a corrida...
Essa luta é pela vida
Venceremos com certeza.
Já ponho as cartas, na mesa,
Pronto pra revolução.
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Rodrigues
Devemos nutrir a paz
E jamais ter preconceito,
Quem o faz é escorreito!
É tão triste quem não faz...
Espero ser bem capaz
De poder ter a destreza
Para enxergar com clareza,
Compartilhando meu pão
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Douglas
É pensando no direito
Que devemos ver a vida
Podendo ser construída
Realmente sem defeito...
Pra tudo se dá um jeito
Aja com delicadeza
Priorizando a defesa
De quem não tem condição.
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Rodrigues
Quando a raça –ser humano-,
Olhar além da janela,
-Igualmente fez Mandela
O grande filho africano!-
Nós veremos outro plano
Sem temor ou aspereza,
Enraizando a certeza
Do verdadeiro perdão,
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Douglas
Um ser humano decente
Foi nosso Nelson Mandela,
Que pagou em uma cela
Sem nunca ficar descrente
Dos planos que tinha em mente:
A chama de autodefesa
Da cruel exploração...
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Rodrigues
Da luta por liberdade
Nelson nunca desistiu,
Vinte e sete anos sentiu
O peso da crueldade...
Mas teve a capacidade
De mostrar o que é nobreza,
E com essa realeza
Conduziu sua nação,
Um pouco de compaixão
Para salvar a pobreza.
Douglas
Exemplo de resistência
E magnânima vontade
Em nome da igualdade
Manteve a resiliência
Centrado na persistência
De reduzir a crueza
Do regime sem firmeza,
Nos moldes da escravidão...
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Rodrigues
Seu nome será eterno
Pois foi um líder capaz,
Ganhou o “Nobel da Paz”
Humildade era o seu terno...
Hoje no mundo moderno
Já não vejo essa proeza,
Porém, vemos safadeza
É triste a situação,
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Douglas
Marcou seu nome na história
Pela atitude tomada,
Sua nação desgraçada,
Hoje riscou da memória.
Aquele tempo sem glória
Em que o negro era rudeza,
Finalmente a gentileza
Chegou à população...
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Rodrigues
Infelizmente nós vemos
Muita dor e, desengano,
Que assola o solo africano!
Nos olhares percebemos...
Ajuda-los nós devemos
Sanando muita incerteza!
Há tanta gente indefesa
Agonizando sem pão,
Um pouco de compaixão
Para vencer a pobreza.
Douglas.
Mote: Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Poeta José Rodrigues Filho.
A Terra está em perigo
Precisamos cuidar dela,
Caímos numa esparrela,
Asseguro meu amigo.
Nosso maior inimigo
É a própria iniquidade...
Sujamos a qualidade
Do solo, usando de treta,
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Rodrigues
Navegamos num sistema
Chamado de planetário,
Buscamos nosso calvário
Por uma ambição extrema!
Nosso sol em cor de gema
Queima com capacidade,
E nosso “ozónio”, em verdade,
Tá sumindo, a coisa é preta!
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Douglas
Nosso sistema solar
Vive seu melhor momento,
Pois em nosso firmamento
Ocupa ideal lugar,
Bem longe de se chocar
Causando calamidade,
Mas o pior, na verdade,
É o homem e seu gameta...
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Rodrigues
Nosso universo é tão vasto,
Está em plena expansão
É obra da Criação!
De um Ser Divino, tão Casto...
Fico pensando e, contrasto,
Essa grande imensidade
Com tanta diversidade,
Tem asteroide e cometa...
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Douglas
Os terráqueos, geralmente,
São muito mal-educados,
Além disso, relaxados,
Com o seu meio ambiente.
Isso me deixa impotente,
Falo com sinceridade
Porque tal realidade
Já tocou sua trombeta...
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Rodrigues
O nosso planeta Terra
Está sendo destruído,
Nosso ar está poluído,
É um mal que não encerra...
O homem lucra com guerra!
Um terror, uma maldade,
E tanta mortalidade
Com arma, com baioneta,
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Douglas
O primeiro passo, a dar,
Consiste na educação
Quando todos saberão
Qual é mesmo o seu lugar,
Onde terão de morar,
Com racionalidade,
Imbuídos da verdade
Que a Terra não é gaveta...
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Rodrigues
Surgiu a revolução
Chamada de industrial
O petróleo natural,
Adentrou em cena então:
E com sua combustão
Veio a tal prosperidade...
E nossa prioridade
Afogou-se na ampulheta?
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Rodrigues
A dita revolução
Foi boa só no começo,
Depois, tornou-se um tropeço,
Gerando poluição,
Causando destruição
E pouca prosperidade,
Reduzindo a sanidade
E deixando o homem maneta...
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Rodrigues
Quem busca conhecimento
Não agride a natureza,
Pois tem em si a leveza,
Do perfeito pensamento
Para tudo fica atento,
Por ter a capacidade
De distinguir a verdade,
Livre igual a borboleta,
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Douglas
A natureza é perfeita
Mesmo dentro da desordem,
É bom que os homens acordem
E entendam que foi eleita
Para cumprir uma empreita,
Com toda fidelidade,
De por toda eternidade
Nem um erro ela cometa...
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Rodrigues
Cavaram um fundo abismo
Por tantas ações erradas
Nações foram massacradas
Pelo tal capitalismo,
Muito mais por egoísmo...
Por desprezo, por maldade,
Poluíram por vontade
Nosso mar, ar e sarjeta,
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Douglas
O garimpo desregrado
Destrói os bens naturais
À cata de minerais
Buscando um lucro privado,
Deixando o solo arruinado,
Rios sem utilidade;
O mercúrio em quantidade
Da morte vira espoleta...
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Rodrigues
Quem detém o monopólio
Das riquezas mundiais
Sempre quer um pouco mais
Leva até o próprio espólio,
Sendo a lei seu acrostólio,
Tudo que deseja invade!
Mata, polui, por vaidade,
E zombando faz careta...
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Douglas
Garanto que o Capitólio
É um grande explorador,
E tal qual imperador
Tem o seu oligopólio
Protegido pelo sólio
Enriquece na verdade
Roubando a felicidade
Dos que não usam caneta...
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Rodrigues
O mundo pede mudança
Há tempos nos dá sinais,
Podemos ouvir seus ais
Pois todo universo alcança,
Com luta e perseverança,
Amor e fraternidade,
Que tal mudar de verdade?
Essa conduta obsoleta,
Vamos salvar o planeta
Para o bem da humanidade.
Douglas