Solo não é sujeira
Para gravar na memória
Sem deixar escapatória
Vou lhes contar uma história
E não estou de brincadeira
Falar da terra lavrada
Da comida abençoada
Até da argila amassada
Pois, solo não é sujeira
Desde pequeno escutando
Sai da terra, estou mandando
E vai logo se lavando
Está coberto de poeira
Fala o adulto sem saber
O solo sem entender
Tamanho desaprender
Pois, solo não é sujeira
Lavradores mais sabidos
Haviam nos transmitidos
E nós não demos ouvidos
Pensando ser baboseira
Criança brinca no chão
É forte como leão
Sabe plantar com as mãos
Pois, solo não é sujeira
Nutre a planta pela raiz
Deixa tudo mais feliz
Se questiona: O que fiz?
Tratado como lixeira
Revolvido pelo arado
Deve ser recuperado
E ser muito admirado
Pois, solo não é sujeira
Sustentáculo escondido
Cada vez mais esquecido
Cada vez mais erodido
Coberto pela liteira
Em contínua evolução
Merece nossa atenção
E com muita razão
Pois, solo não é sujeira