O TIRANO BOLSONERO
I
Após guerras e conquistas
Roma teve um Imperador,
Júlio César, o primeiro
E, até mesmo o fundador,
Do mundo o maior Império,
Sucedeu-lhe o filho Tibério,
Que ele o adotou por amor.
II
Seu nome era Caio Otávio,
Mas quis outro mais arbusto,
Por isso foi proclamado
Para um título robusto:
Além de acrescentar César,
Que um melhor nome preserva
Chamou-se Otaviano Augusto.
III
Após a morte de augusto,
Sucede-lhe outro Tibério,
Num reinado de terror
Ele arruinou todo o Império;
Enquanto isso Jesus Cristo,
Na palestina era visto
Profeta e pregador sério.
IV
Toda a história de Jesus
O mundo inteiro conhece,
Por isso eu prefiro aqui
O silêncio e uma prece;
Ele é o nosso Salvador,
Único Rei e Imperador
Do qual o mundo carece.
V
Mais um imperador morrendo,
Vem Calígula de ateus,
Um dos reis mais sanguinários
E incestuoso às Leis de Deus,
Suas três irmãs estuprou
E Seu Cavalo o elevou
No Senado a Semideus.
VI
Como a vida tem um fim
Viventes morrem um dia,
Feliz quem morre em paz
Seguindo a melhor via;
Morreu ele assassinado,
Calígula tão desprezado
Sozinho em sua agonia.
VII
O tirano Claudio César,
Outro imperador cruel,
Que sucedera a Calígula,
Foi à maldade mau fiel;
Não foi imperador heroico
Psicopata e paranoico,
Nas orgias do seu fel.
VIII
Mulheres e muito vinho
E homens maus pervertidos
Dançavam no seu palácio
Dias e noites aguerridos,
Muitos sexos e até sangue
Curtiam aquela gangue
Morte do rei e divertidos.
IX
Vem novo, o Imperador Nero,
Filho que até a mãe matou,
Perseguiu o cristianismo,
Porém o seu nome ficou
Por todo o mal que ele fez,
Seiscentos, sessenta e seis,
Besta que Roma incendiou.
X
Nero, com o seu fogaréu
Queimou sem usar suas mãos
Roma, a capital do Império,
E depois culpou os cristãos,
Com dedos tocava a Lira,
Cantando no auge da ira,
Que matava os bons irmãos.
XI
Aqui eu traço um ponto
Pra começar nova história,
De nosso Brasil querido,
A nossa nação inglória,
Pelo qual a luta é bruta,
Mas não tem fim a disputa
Pra nossa grande vitória.
XII
Nosso Brasil, cuja carta,
De Pero Vaz de Caminha,
Descrevia o bom e o melhor
De nossa amada terrinha,
Que em plantando tudo dá
Porque aqui somente há
O Índio e a erva daninha.
XIII
Claro, a Carta de Caminha,
Não descreveu nenhum mal,
Numa esquadra retornou
E chegou em Portugal,
Se o Rei Manuel leu, não sei,
Porém por Ordem e a Lei,
Para as Índias foi Cabral.
XIV
Não podemos esquecer,
O que trouxe as caravelas,
Para explorar o Brasil
E um dia morrer sem velas;
Na Esquadra de Cabral,
Carta ao rei de Portugal
Só contava coisas belas.
XV
As caravelas trouxeram
Também alguns maus feitores
Para aqui no seu exílio,
Na Terra de Índios e flores,
Com missão de fazer mal,
Por ordem de Portugal
E os seus colonizadores.
***
O DITADOR E A PESTE
I
Bastante tempo depois,
Numa nação Brasa Bendita
Vida é brasa que se apaga
E das cinzas ressuscita;
Nesta terra houve horrores,
Muita repressão e dores,
E uma escravidão maldita.
II
Depois de trezentos anos,
Libertou-se a escravidão,
Pois Isabel, a Imperatriz,
Pôs a Lei Áurea em ação;
Dizia a Lei que os cativos,
Mortos ou seus filhos vivos,
Herdariam indenização.
III
Pratas, ouros e dinheiros,
Terras férteis pra cultivo,
Prescrevia a Lei Áurea ,
Para quem fora cativo;
Nunca tal Lei foi cumprida,
Porque o bom desta vida
Do rico é um bem furtivo.
IV
E assim é a nossa nação
Da qual eu quero falar,
No início do ano passado
Eu ouvi sem duvidar,
Que estávamos invadidos
Por vírus aqui já tidos
Para nos desgovernar.
V
E enfim chegou a Peste,
Para todos num só olhar,
E olhos lacrimosos tristes
De um rindo e outro a chorar,
Cada qual em sua casa,
Mas a cura sempre atrasa,
Porque ela desce do Altar.
VI
Governo que desgoverna
E que a morte faz crescer
Numa nação rica e forte
Faz muita gente morrer
De quem morre ele debocha,
Porque o fraco que se afrouxa
Não deve sobreviver.
VII
Se Nero matou milhares
Com seu incêndio de Roma
O fato é que o Bolsonaro
Mata com fogo o Bioma,
Das florestas incendiadas
Mente, engana e dá risadas,
Assim seu povo ele embroma.
VIII
O pior dos presidentes
Que o Brasil já governou,
Porque o eleitor enganado
Em um fascista votou;
Perdidos agora estamos,
E com fé em Deus esperamos
Jesus dizer: “Paz vos dou”.
IX
Bem mais de seiscentos mil
São os mortos atuais,
Morrem pais, filhos e irmãos
Que não voltarão jamais;
Triste e em prantos eu declaro
Que o culpado é Bolsonaro,
Perverso e Cruel e demais.
X
Maria canta que o Santo
"Maravilhas fez em mim,
O seu nome eu engrandeço
Porque sua glória é sem fim,
Sua humilde serva sou,
Mas Bendita me exaltou
Deus Poderoso, o Eloim".
XI
"Seus braços derrubam fortes
E prendem os opressores
Pois seu amor é grandioso,
Livra oprimidos das dores,
Dos famintos sacia a fome
E o pobre o alimento come
Comidas de bom sabores."
XII
"Deus derrubará do trono
Tão logo este ditador,"
Uma nova era há de e vir
Ao Brasil, Terra de amor,
Bom será nosso dia a dia
Como prometeu Maria
A mãe de Nosso Senhor.
XIII
"Ricos saem de mãos vazias
Depois de serem vaidosos,
Os pobres são exaltados
No Reino de Deus, Gloriosos;"
Maria, a mãe de Jesus,
Cantou e após deu-lhe à luz:
"Deus destrona os poderosos."
XIV
Além da fé e esperança
Em Deus, nos resta ainda,
Que os desvalidos lutem
Pela justiça a nós vinda
E, a Páscoa nos conforte,
Livrando-nos da morte;
Que a Peste a vida não finda.
XV
Para encerrar digo agora,
Com fé em Jesus na jornada,
Que de nós tenha piedade
E salve esta Pátria amada;
Para os pobres, seus recintos,
Sejam saciados os famintos,
Conforme a sua lei sagrada.
XVI
Pois ao contrário nós temos
Quem nos faz terra arrasada,
Um desgoverno fascista
Não quer gente vacinada,
Porque aposta no mal
De uma doença mortal
Com sua mente depravada.
XVII
É o Brasil do desgoverno,
Nação que sangra ferida
Por qual morreu Tiradentes,
Entregando a sua vida;
Por isso a Deus eu rogo,
Que nos liberte tão logo
Deste cruel genocida.