DA INFÂNCIA À TERCEIRA IDADE

No dia em que nascemos

Nosso destino é traçado

A uma série de castigo

Já somos apresentados

Lutamos para brotar

Se manter se alimentar

Estamos sendo caçados

São as terríveis cólicas

Sapinho e arca caída

Brotoejas e assaduras

Que até viram feridas

São tantos os desafios

Que passamos por um fio

Pra continuar com vida

Logo nascem os dentinhos

E com eles as coceiras

Mordemos até os dedos

Mordemos a mamadeira

Não importa a dureza

Mordemos o pé da mesa

O dedão do pé e a cadeira

E agora mais crescidinho

Começamos a engatinhar

Vivíamos ralando os joelhos

Já querendo levantar

Então levantava e caía

Pobre mãe já não vencia

Tinha as tarefas do lar

Vencidas essas etapas

E agora matriculado

Vinha as dificuldades

De entender o ditado

E com a malinha de pano

Virava ano após ano

Nesse perrengue danado

E agora eram doenças

Que todo mundo temia

Era a caxumba e malária

Coqueluche e difteria

O sarampo e a catapora

Mamãe vivia agora

Com medo da epidemia

Espetavam nossos dedos

De uma forma precária

Pra detectar doenças

Principalmente a malária

E de uma maneira rude

Tratavam nossa saúde

Sem precaução sanitária

Chegava a adolescência

Espinhas e dor de dentes

Cáries cravos e chulé

Estavam sempre presentes

Vinha o segundo grau

Aproveitava o material

Pra começar novamente

Logo vinha a catequese

Para nossa preparação

Se ajoelhar e rezar

Praticar a confissão

Confessar nossos pecados

Tudo muito detalhado

Pra conseguir o perdão

Namorar era preciso

Apesar da pouca idade

Não podíamos ficar atrás

Dos guris da nossa idade

E outra preocupação

Aprender uma profissão

Era uma necessidade

Vinha o primeiro emprego

Começava o purgatório

Trabalhar e estudar

Aquilo era obrigatório

Viajar de madrugada

Numa condução lotada

Parecendo um sanatório

Mas era uma idade linda

Recoberta de alegria

Trabalhava e estudava

Para ser aguem um dia

Veio a primeira paquera

Que bonita a vida era

Quando o amor florescia

Depois veio o casamento

Era uma coisa normal

Moço tinha de casar

Isso era regra geral

Nem conhecia o amor

Só obedecia ao clamor

E a cobrança cultural

No começo era só Love

Não parava de beijar

Rosas vermelhas em buquê

Perfume pra se banhar

Os anos foram passando

Os filhos foram chegando

Tínhamos que continuar

Com a chegada dos netos

Os filhos açucarados

Vivemos no paraíso

Mas tudo isso é passado

Já crescidos foram embora

Deixando os avós agora

A espera do chamado

Agora era o diabetes

Em seguida a insulina

Junto com a obesidade

E problemas de angina

E agora essa pandemia

Novamente quem diria

Tô entrando na vacina

Vacinados e de máscara

Ficamos só na saudade

Afastado da família

Fazendo as atividades

Se vacine você também

E embarque nesse trem

Rumo à terceira idade

Pedrão Cordelista
Enviado por Pedrão Cordelista em 20/09/2021
Reeditado em 27/09/2021
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