HISTÓRIAS NORDESTINAS

Tantas histórias eu tenho

Isto me dá regozijo

De caminhar escrevendo

Sem ter nenhum prejuízo

Descrevo pelo Nordeste

Que me dá bem mais juízo.

Desta leitura preciso

E quero continuar

A botar os personagens

Lá na frente publicar

Cada qual com seu papel

Quero ver no que vai dar.

Meu leitor vou começar

E vamos juntos saber

De qual valorização

Nós propomos escrever

Temos arte nordestina

Neste caso vamos ver.

O folclore fez nascer

E comigo foi bulir

As belezas culturais

Na vontade ressurgir

Lindas manifestações

Vou tentar contribuir.

O Nordeste faz fluir

Comida tem mais sabor

Gastronomia tão boa

Bem feita com puro amor

Vatapá, pé de moleque

Prove, veja se gostou.

Um turista me contou

Sobre o valor do filé

Muito bem mais gostoso

Que das terras de Pelé

Mas, concluindo dizendo

Aqui tem o bom café.

Garfo cedeu pra colher

E falou que é melhor

A mesa toda repleta

Depois deste lindo sol

Em praias que a multidão

Mergulhando em grande pó.

A quentura dá um nó

Bem aqui tem o caju

A castanha bem assada

Tomada com a pitu

É bêbado respeitado

Com os que vem lá do Sul.

Um belo céu calmo e azul

Neste clarão do Nordeste

Faz encanto a todos nós

Tanto mais cabra da peste

Que temos arte nas veias

Quero que você ateste.

Por favor nunca me teste

Sobre nossa educação

Feita com muito empenho

Pra formar o cidadão

O povo é educado

Faz a boa transição.

Processo de evolução

O Nordeste tem firmeza

Com todos seus nove estados

Só pensamos na grandeza

Sem maltratar diferentes

Prezamos nossa riqueza.

O teatro que beleza

Nos dá muita alegria

Espetáculos circenses

Outros pura nostalgia

Nossa terra valoriza

Tem cantor e poesia.

O cordel tem todo dia

Nosso puro brasileiro

Sextilhas da precisão

Muito mais verdadeiro

Com seu linguajar direto

Visto pelo mundo inteiro.

Música lá do estrangeiro

Não bate na nordestina

Com seu ritmo apropriado

É bom som que nos ensina

Tantos são nossos valores

Musical nos contamina.

Na campanha da vacina

Meu Nordeste sai na frente

Vacinando nosso povo

Essa nossa boa gente

Sempre com disposição

Sorrindo tão bem contente.

Tem símbolo do repente

Repentistas, cantadores

Poetas, grandes maestros

Na trova dos trovadores

O cantar deste meu mundo

De tropeiros e doutores.

Eu tive aqui meus amores

Todos eles vão comigo

Conhecem profundamente

Raízes do bom amigo

Frutos do meu casamento

Política deste abrigo.

Fé daqui não é castigo

É promessa a ser cumprida

Nossas santas das padroeiras

Já fazem parte da vida

Os cantares de louvores

Ecoam na despedida.

A égua sempre atrevida

Num coice de caridade

Lambe a cabeça do dono

E diz dele ter saudade

Pessoal que sai à noite

Só pensando caridade.

Nessa nossa mocidade

Afrouxamos corações

Sentimos ardor profundo

Desejamos gratidões

Nordeste tem romaria

São grandes as procissões.

Todas nossas gerações

Possuem os seus direitos

Prezam a felicidade

Que nos causam os efeitos

Ser nordestino com fibra

Estampado nesses peitos.

Nordestino, seus defeitos

São tratados pelo bem

Há desprezo pelo ódio

Ruindade pouco tem

O povo se tranquiliza

Quando ajudamos alguém.

O milho feito xerém

Festa de feliz fartura

A família bem reunida

Gostam de reza e leitura

Pirralhos são meninotes

Caminham sem ter frescura.

O São João é loucura

E tão lindo o carnaval

As ruas ficam lotadas

Ninguém consentindo mal

Brincadeira é gostosa

É mais sensacional.

João Grilo deu no pau

Cancão quer a penitência

A comadre Fulosinha

Nunca gosta de indecência

Malasartes intranquilo

Fez urubu consciência.

Pedro Cem, inteligência

Fez pareia com Biu

Saíram pelo Nordeste

Alegrando este Brasil

A Moura Torta aprendeu

A botar fogo em pavio.

O Zé Pretinho deu um pio

E foi morar em Teixeira

Ganhando todas as lutas

Nos assuntos de peixeira

Em matéria de menino

Encontrei Zefa parteira.

A água tem na chaleira

Foi tomar dona Caipora

Ela gasta tanto fumo

Dá um trago, vai simbora

A mula que tem cabeça

Na mata sozinha chora.

Um personagem de fora

O saci foi convidado

Com este chapéu vermelho

Monteiro já foi lembrado

Botija foi coronel

Logo após foi rebaixado.

Nordeste é comparado

À Grécia Socratiana

Na arte duma encarnação

Vive a cobra caninana

Debaixo das bananeiras

Dando bote na semana.

Quem ler mão já é cigana

Não gosta de fofocagem

Ganha dinheiro enrolando

Sem pensar em sacanagem

Cigano é gente fina

Nordeste de personagem.

Eu terminei com coragem

Não gosto de narcisismo

Mas falar do que é bom

Acabo até nervosismo

Meu Nordeste tem o canto

Do sabiá do lirismo.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 08/09/2021
Reeditado em 04/09/2024
Código do texto: T7338200
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.