INTERAÇÕES POÉTICAS COM OUTROS POETAS E POETISAS Francisco Luiz Mendes
INTERAÇÕES POÉTICAS COM OUTROS POETAS E POETISAS
Francisco Luiz Mendes
Para o texto “Quem És Tu”, Ferreira Estêvão
Eu não consigo tirar
Aqui do meu pensamento
Para mim é um tormento
De ti poder me lembrar
Eu pergunto para mim
Que destino é esse meu
Não poder ter o amor teu
Quando eu estou tanto a fim?
Sabes muito bem que eu
Que por ti eu sou doidim.
Para o texto “Batalha Contra O Espelho”, Jorge de Oliveira
O espelho é o meu tormento
Quando estou diante dele
Eu já não sou mais aquele
Só vejo envelhecimento
E de mim até sorrio
Lembrando do meu passado
Jovem, bonito e afiado.
Hoje sou apenas tio
Às vezes velho coitado
Já pra lá do meio fio.
Para o texto “Eu Preciso Desse Amor”, José Aprígio da Silva
Eu nunca que lhe esqueci!
Aliás, nem de lhe amar.
Jamais pude acreditar
Que o seu amor eu perdi
Escute-me, por favor!
O que tenho a lhe dizer
É triste o meu padecer
Minha vida não tem cor
Eu não consigo viver
Um instante sem seu amor.
Para o texto “Alforriada”, Anna Lúcia Gadelha
Liberdade ainda não vivi
Meu Deus que será de mim?
Só me criaram motim
Até agora não entendi
Qual o motivo e a razão
De mim fazer ser escrava?
Não veem que só se agrava
A minha situação
Parece que sou uma trava
Para certo cidadão.
Para o texto “Mas Um Dia Ainda Vejo Tudo Isto Melhorar”, Mário Roberto Guimarães
Que pena o nosso Brasil
Viver tal situação
Dispondo a sua nação
Num momento tão ardil
Aliás, até hostil.
Só temos a lamentar
Torcer para se ajustar
Diante tanto latejo,
Mas um dia ainda vejo
Este país melhorar.
Para o texto “Eu Quero Ver Se Vai Ser Como Disse A Cigana”, Miguel Jacó
Certa vez me deparei
Com uma moça formosa
A mão para ler eu dei
À donzela tão mimosa
Eu precisava saber
A previsão da semana
Eu quero ver se vai ser
Como disse a cigana.
Para o texto “Alma Gêmea”, Francisco de Assis Góis
Creio que você existe
Saio a lhe procurar
Minha intuição insiste
Que devo continuar
Seja em qualquer estação
A encontrarei certamente
Ao seu lado eternamente
Viverei essa paixão.
Para o texto “Nada É Por Acaso”, Maripenna
Seria obra de Deus
O acaso que nos causou
Esse encontro que marcou
Os caminhos meus e seus?
Se esse acaso permitiu
E que tudo fosse assim
Causou bem a ti e a mim
Porque assim nos uniu.
Para o texto “Piquenique A Dois”, Ministério Poético
Isso que é felicidade
Que para mim não tem preço
E para Deus agradeço
A minha vivacidade
No meu coração deu bingo
Aqui neste piquenique
Estou me sentindo chique
Nesta tarde de domingo.
Para o texto “Incômoda Ausência”, Márcio Santos
Ai que falta de você
E nada em mim se acomoda
Até já mudei de moda
E faço o que ninguém crê
Pois é sua luz eterna
Que me guia e me governa
Ou ficarei à mercê.
Para o texto “Profunda Solidão”, Uma Mulher Um Poema
A falta que você faz
Só eu sei o quanto dói
A solidão me corrói
E até tira a minha paz
Não consigo ter sossego
Ao lembrar seu aconchego
O mundo para mim jaz!
Para o texto “Lembranças Por Fim”, Antônio Souza
Eu lembro perfeitamente
De tudo que nós vivemos
Hoje silenciosamente
Cobro-me o que não fizemos
Esbravejo, pois, comigo.
E relembrando contigo
O tempo que nós perdemos.
Para o texto “Ilusão De Ótica”, Poeta Olavo
Até posso me iludir
Diante de um objeto
E me perder no trajeto
Sequer saber aonde ir
Porém eu tenho certeza
Dessa minha afirmação
Falo com convicção
E sem qualquer estranheza
Pois não farei confusão
Com a sua boniteza.
Para o texto “Galope À Beira-Mar Homenagem A Paraíba”, Marina Barreiros Mota
Meu muito obrigado a você, oh Marina,
Por essa homenagem assim tão singela
E quando me lembro da tal cabidela
De um tempo tão bom que até hoje fascina
A minha barriga de fome buzina
O ronco começa e ele é de alarmar
No peito a saudade já é de lascar
Eu solto um suspiro e vou logo pro lado
Me dá um calafrio, rebuliço danado
Nos dez de galope à beira do mar.
Para o texto “ABC Do Amigo”, Elisabete Leite
Um amigo verdadeiro
É um presente de Deus
Esse fiel pastoreiro
Livra-te dos filisteus
Alerta-te dos perigos
Também dos falsos amigos
Que adentrem em caminhos teus.
Para o texto “Saudade Na História”, SanCardoso
Saudade conta quem tem
Pois quem não tem eu duvido
Numa história além
Chorava o desiludido
Sua lembrança era tanta
Que a sua devota santa
Lacrimava o seu sofrido.
Para o texto “Conversando Com Deus”, Norma Ap. S. Moraes
Seja lá no sideral
Ou cá na vida terrestre
Esse, Senhor e Bom Mestre.
Ele é o meu general
Dele sou fã na real
Sem ele eu seria nada
Só mais um na caminhada
Como um cego sem bengala
Sem uma, veste e sem mala.
Sem, amparo e sem pousada.
Para o texto “De Volta Ao Passado”, Menduina
Há se eu fizesse voltar
O que vivi no passado
Novamente degustar
Desse tempo adocicado
Porém restou-me a saudade
Com muita intensidade
E o coração apertado.
Para o texto “Quando Um Homem Ama Uma Mulher”, Lianatins
E quando o amor entra em cena
Algo fica mais bonito
Contudo, até o infinito.
Se, curva e tudo serena.
Essa pessoa se encanta
Na mais perfeita união
Entrega-se na paixão
E, por fim, o amor se imanta.
Para o texto “Minha Rainha”, Aluízio A. C. Amorim
Amada minha querida
Por favor, não chores, não.
Tu sabes oh, minha vida!
Que te amo de paixão
Nunca em todo meu viver
Eu me entreguei tanto assim
Te amarei até morrer
Porque morrer não é o fim.
Para o texto “Partículas De Uma Poesia”, Poeta do Nordeste
Em qualquer situação
Poesia se faz presente
Se envolve na emoção
Na vida de muita gente
Nem que seja um só segundo
Até mesmo além-mundo
Ela será permanente.
Que sejam rimas toantes
Que sejam emparelhadas
Sejam rimas consoantes
Sejam elas enlaçadas
Em meio a essa harmonia
Somos gotas de poesia
Em estrofes misturadas.
Nesse mundo da poesia
Tudo é encantador
Tem, tristeza e alegria.
Tem poeta sonhador
Tem coração dividido
Tem amor desiludido
E o gamado sofredor.
Para o texto “Música Poesia Da Alma”, Aila Brito
A música nos remete
Aos nossos tempos de outrora
No coração da vedete
Até hoje ainda sonora
E em cada nota sua
Seu pensamento vai à Lua
À alma até se apavora.
Para o texto “Pássaro Tristonho”, Ansilgus
Oh, pássaro cancioneiro!
Por que entoar tão triste?
Pareces ser prisioneiro
Dum amor que não existe
A canção melodiosa
É súplica amorosa
E no teu cantar insiste.
Por que, razão e motivo
Não vives mais no teu ninho?
Agora estás depressivo
Por perder o teu cantinho
Da amada queres perdão
A ela entoas canção
Rogando o teu carinho.
Ao ouvir o teu clamar
Até fiquei comovido
Logo me ponho a pensar:
Isso foi mal-entendido
Fizeste alguma besteira
Pra ficar na roedeira
Com um fora do cupido.
Tua voz silenciava
Tanto cantar, cansou.
Mais uma vez apelava
Mas de nada adiantou
Ele perdia a parada
Sem a amada era nada
Tristonho continuou!
Para o texto “Tributo Ao Sertão”, Carlos Melgaço
Festejo é fenomenal
Quando chove no sertão
O bem-estar é total
Por toda uma região
Porém se for do contrário
Não mais existe folia
Acaba tanta alegria
Daí muda-se o cenário
Volta-se a melancolia
E continua o calvário.
Para o texto “Tristeza”, MarthaMaria
Assim já diz o ditado:
“Tristeza não paga dívida”
Precisa viver a vida
Sem olhar para o passado
Não tema a sua dor
Que fere o seu coração
Nem tampouco essa aflição
Que lhe trouxe dissabor
Enfrenta a desilusão
Enfim, esqueça esse amor.
Para o texto “Sabe Por quê?”, Aldrin
Por que fui tão inocente
Perante as minhas questões?
Nas suas eu fui presente
Por ti ainda fiz rogações
Aonde foi que eu errei?
Somente o bem pratiquei
O porquê as indagações.
Para o texto “Lunar Amar”, Beatriz Nahas
É preciso compreender
No amor as desilusões
Amar não é só querer
E viver grandes paixões
Existem, flores e espinhos.
E tortuosos caminhos
Além das tais frustrações.
Para o texto “Cigano Solitário”, Elie Mathias
Por aí saio vagando
Comigo vem solidão
Agarrada ao coração
O meu ser todo, sugando.
Não consigo reagir
Diante da força sanha
A minha dor é tamanha
Eu sinto a vida ruir.
Para o texto “A História De Santo E Santinha”, Rub Levy
Aquele amor tão profundo
Menino, Santo e Santinha.
Era de invejar o mundo
Ali naquela casinha
Se entregava pra donzela
Aos caprichos, dele e dela.
Tão somente por amor
O que importa sofrimento
Só o afeto era o alento
Para enfrentar dissabor.
Para o texto “Mas Nada Sabe”, Roberto Jun
Que belo o seu desafio
De muito, gosto e leal.
Receba meu elogio
Com o abraço cordial
Pois tenha certeza disso
Tem é gente a ver com isso
Já fazendo o seu papel
Por onde se vai passando
É fato, vai degustando.
Um bom verso de cordel.
Para o texto “A Amizade Verdadeira”, Luciênio Lindoso
A amizade verdadeira
Faz um bem pro coração
Numa tarde domingueira
É aquela animação
Cada um com sua história
Para ficar na memória
Nesse laço de união.
Para o texto “Encontros De Corações”, Norma Moura
Coração forte bateu
No meu peito acelerado
De satisfação se encheu
Ficou até abobado
A felicidade é tanta
Irradia, luz e imanta.
Amor para todo lado.
Para o texto “O Sapo E O Gavião”, Leila Rodrigues
O tal sapo tranquilão
Às margens daquele rio
Viu Cirilo, o Gavião,
Sentiu logo um arrepio.
Para não ser abatido
Fica na relva escondido
Gavião, logo lhe achou.
Pra cima dele partiu
E quando seu bico abriu
Sapo no rio pulou.
Para o texto “Racismo”, Fábio Brandão
Ninguém tem esse direito
De fazer um julgamento
Precisa-se mais respeito
Antes um discernimento
Antes de apontar o dedo
E seu pensamento azedo
Não faça apedrejamento.
Para o texto “Hoje Não Te Vi Assim Meu Desejo Aumenta”, Maria Augusta da Silva Caliari
Eita! Saudade danada
No meu coração ficou!
Se estou ausente de ti
Sinto que algo desandou
Eu necessito urgente
Livrar-me do mal ardente
Que em mim, logo se alojou.
Para o texto “Onde Tem Amor Tem Perdão Peço Perdão Perdoo”, Maria Tereza Bodemer
O perdão faz renascer
Coração petrificado
Quem não sabe perdoar
Na vida fica acuado
Só o perdão tem o poder
Dum alguém poder fazer
Outro alguém ser perdoado.
Para o texto “Santo Antônio”, Cleir
Comemorações juninas
Festa para todo o lado
Tal moça faz simpatia
Para arrumar namorado
Pois quer logo se casar
“Titia” não quer ficar
Santo Antônio é invocado.
Para o texto “Sobrevivo”, Claiton
Quem é teimoso acredita
Na coragem que se tem
Basta olhar para si
Ver o horizonte além
Segurar na mão de Deus
Seguir os caminhos seus
Fechar os olhos e amém!
Para o texto “Avaliação”, Maria Ventania
No silêncio do meu eu
Encontrei-me outra vez
Livre o coração bateu
Um bem um tanto me fez
As tais preocupações,
Rancores, desilusões,
De mim tudo se desfez.
Para o texto “Tratado De Amor”, Mônica Cordeiro
É na dor que se revela
Sentimento que se tem
Não importa a desafeição
O desânimo se vem
Ainda o mais importante
Saber viver esse instante
E sequer ficar refém.
Para o texto “Viver O Novo”, Michelly Rocha
Não acelere a rota
Deixe a vida lhe gerir
Observe ao seu redor
O que ainda pode vir
Chore, mas de alegria.
Viva a vida todo dia
Para a vida lhe sorrir.
Para o texto “A Voz Do Mar”, Yeyé Braga
Ondas gigantes que vêm
Ondas pequenas que vão
Trazem lembranças de alguém
De doer o coração
Enquanto o eco entoa
O seu pensamento voa
Movido a recordação.
Para o texto “Amor”, Fernando Alberto Couto
O amor é tudo de bom
Melhor ainda é amar
Faz a gente naufragar
E no sabor do batom
Misturado num latejo
O amor vai até além
Dele se fica refém
No bailado do desejo.
Para o texto “Menina Sapeca”, Antônio Tavares de Lima
Essa menina só quer
Na praia se divertir
Pega uma onda qualquer
Sem ter medo de cair
Na prancha faz a redonda
E ainda tira outra onda
De quem vai lhe assistir.
Para o texto “Não É Muito Longe”, Judd Marriott
Não me faça esperar tanto
Não suporto essa saudade
Venha aqui é o seu canto
Não me traga ansiedade
Sem você não sou ninguém
Sou apenas um refém
Dessa minha mocidade.
Para o texto “Os Nascidos No Nordeste Têm Alma De Repentista”, Jacó Filho
Faz parte desse roteiro
No meu solo nordestino
Esse senhor figurino
Mestre Pinto do Monteiro
Paraibano da peste
Um, grande e exímio artista.
Os nascidos no Nordeste
Têm alma de repentista.
Para o texto “Cachorro”, Edimilson Celson
Pobrezinho do Totó
Na rua a perambular
No trânsito dando nó
Procurando se safar
Contudo, no seu vaivém.
Roga ele para alguém
Por favor, lhe adotar.
FIM.