MANÉ FOGUETEIRO
Vou contar o grande drama
Deste Mané Fogueteiro
Nessa triste melodia
Na voz Augusto Calheiros
Do cantor alagoano
Neste Cordel Brasileiro
Por favor chegue ligeiro
Histórias desse Mané
O fazedor de foguetes
Com seu coração de fé
Alagoas, mês junino
Num bode, também a pé.
Tem canjica, tem café
No São Pedro tradição
Soltando naquela data
Um monte de foguetão
Ao lado de Mané
Com seu grande coração
Mané cabra de paixão
Era mesmo só folia
Andava nas Alagoas
No rosto só alegria
Ele por onde passava
Transmitia poesia
O Mané com maestria
Fez bombas e fez rojão
Mas era tão conhecido
Fazedor de foguetão
Pois, tinha que ter Mané
Nas noites de São João
O Mané tinha lição
Para toda meninada
Sentado naquela praça
Numa grande gargalhada
Tem Mané, grande criança
Fazendo só palhaçada
Vivendo contos de fada
Era tão bem parecido
No Norte, naquele Sul
Simplesmente conhecido
O senhor dos bons foguetes
Nos clarões estremecidos
Mas, que pirralhos metidos!
Na rua só espiando
Este dia dos festejos
Gente se tranquilizando
Grandes foguetes guardados
O povo só esperando
Mané foguete gostando
Um bom e feliz amigo
Famílias daquele tempo
Corriam nenhum castigo
Deixa toda meninada
Ir no casual abrigo
A casa dele perigo
Era grande por sinal
Tinha tão belo jardim
O foguete é o tal
Meninos daquele tempo
Falam sensacional
Seu foguete tão normal
Foi muito respeitado
Havia neste lugar
Alguém bem capacitado
Só mesmo nosso Mané
Foguetão bem arretado
O lugar ornamentado
Ficava completamente
Repleta de curiosos
Era sim, muita gente
Porque todo mundo quer
Se mostrar ativamente
Mané Ser inteligente
Era grande cidadão
Nunca que cobrou moeda
Pelo soltar foguetão
Era prazer para ver
Ser chamado bom irmão
Ofícios da criação
Tanto foguetão fazer
Construir belas imagens
Pra nada se parecer
Com seu bonito foguete
No céu vai resplandecer.
O povo queria ver
Na praça soltar foguete
Eram tantas alegrias
Tome fogos, tirinete
Pulava gente correndo
Quem tava no tamborete
Fogueteiro do cacete
Em exibicionismo
Ninguém não sabia certo
O seu nome de batismo
Mané alto proclamava
Com todo seu narcisismo
Seu foguete foi civismo
Nunca sua profissão
E Mané fazia bem
Este belo foguetão
Santo nome tal Antônio
Na fênix animação
Festas Juninas rojão
Eram as mais preferidas
Mas, aqueles foguetões
Tinham as suas subidas
Naquelas festividades
Chegadas e despedidas
Boas festas nessa vida
Do tal Mané Fogueteiro
Com a criatividade
Entregou pro brigadeiro
Que fez tão logo questão
Presentear estrangeiro
A fama de Fogueteiro
Corria por todo mundo
Vinha gente destes cantos
Com o coração mais fundo
Ter prazer em suas mãos
Mesmo por pouco segundo
Soltar foguete profundo
Em qualquer ocasião
Iguais aos de Mané
Era mesmo devoção
Foi gente por todo lado
De qualquer religião
Mané tanta decisão
Foguetes como ninguém
Pois, nunca teve só um
Que não falasse tão bem
Daquele cidadão simples
Parecendo ser além
Muitas bombas se tem
Chuveiros e mais balões
Mané fazia de tudo
Construindo foguetões
Gente de todas as cores
Alegrar seus corações
São José das ilusões
Os fogos eram soltados
Alegrando toda festa
Daqueles milhos plantados
Satisfeito bom Mané
E gente que tem roçado
Cada santo bem guardado
Eram todos assistidos
Pois, dizem que são muitos
Naqueles tempos vividos
Era grande devoção
Praqueles santos queridos
Foguetões enfurecidos
Deste nobre construtor
Os balões queimam o céu
E todos tinham autor
Assinava cada peça
Com quem alfabetizou
A pólvora tem pavor
Tão somente bem usada
Para fogos artifícios
E se quer saber mais nada
Diferente nosso dia
Fábrica contaminada
Foi cilada planejada
Vitimar o Fogueteiro
Ao sair de sua casa
Houve tiro bem certeiro
Atingindo coração
Dado por um desordeiro
Funeral do fogueteiro
Houve grande comoção
Pilar fazendo seguinte
Soltou tanto foguetão
Homenagem merecida
Ao grande cidadão
Alagoas tem razão
É bom Estado parceiro
Faz a festa nas cidades
Para Mané Fogueteiro
Que foi sim, eleito santo
É São Manuel Festeiro
A Praça do Companheiro
Seu busto memorial
É um ponto de turismo
Do caso policial
Hoje nós, jamais sabemos
Quem lhe causou tanto mal
É também um hospital
Em vias inaugurar
Ao fazer homenagens
Pro céu todo ver brilhar
O caso dos invejossos
Haja justiça falhar.