CONFESSIONÁRIO DOS AMORES

Preciso te confessar

Tu és o meu bom aporte

Suporta-me nessa lida

Alguém de muita sorte

Não pretende te deixar

Por enquanto és amar

Só deixo depois da morte.

Nosso coração é forte

Aguentando multidão

Gritando por um só nome

Em qualquer ocasião

Porém, tu ficas sorrindo

Permanecendo fingindo

Querendo só atenção.

Nós, vivendo de paixão

Conseguimos desligar

Bem sei que gosto de todas

Só não podem amarrar

Ligo naquilo que sei

Sempre me chamas de lei

Que pretendes rabiscar.

O sonho pode falhar

É ilusão que se vive

Desde primeiros percalços

Nossa razão sobrevive

Por mais que se questione

Vencemos todo ciclone

Tu és rito que revive.

Deixando que nos ative

Eu percebo teu bom canto

Cravado nesse semblante

Me causando só espanto

Pela noite sem destino

Apenas sou teu menino

Volto cedo pro recanto.

Carregando longo manto

Que não é nada sagrado

Perambulo pelo tempo

Amas está do meu lado

Caminho pelos locais

Não sou desses anormais

Canto ébrio revoltado.

Gritando tenho chegado

Onde pecado é meu

Eu deito meu corpo todo

Penso num carinho teu

Enrolando nos teus braços

Mudando meus embaraços

Em Marília de Dirceu.

Quem foi que falou, nem leu

Nesse prezado momento

Será que Luíza é

A que causa sofrimento

Ou terá sido, Dolores

Entre tantos os amores

Que me dão contentamento?

Este não é movimento

Pelo qual se justifique

Muita coisa na cena

É bom que não se pratique

Essa prática morreu

Você já me pertenceu

Sentada numa boutique.

Toda madame é chique

Tem fogo bem infernal

Mexendo com as feições

São velhos em hospital

Esperando ser tratado

Tanto mais pra ser amado

Enfermeiras do local.

Quase sensacional

Se não fosse teu perigo

De ser aberta paixão

Tendo fé pra ter umbigo

Incertos pelo prazer

Evacuando sofrer

No rebuliço contigo.

E naquele bom abrigo

Eu lhe causo vis mistérios

Passo línguas nos desejos

Sem pensar nos adultérios

Homens vemos encontrar

Delírios vamos trocar

Direto pros cemitérios.

De modo tem-se critérios

Pra viver hábil amor

Quando menos nos espera

É daí que vem a dor

Inflama boas ideias

São lobas nas alcateias

Que tanto medo causou.

Tem alguém que te falou

Qual fator desse problema

Enfrentado nessas vidas

É parte do nosso lema

Que não nos deixa na paz

Moço passa ser rapaz

Pra se tornar o dilema.

Amarmos é um sistema

Argumentos de paixões

É liga solta, é sim

Vício de termos perdões

Sermos as virtudes prontas

Tantos frágeis nos afrontas

Amores sem corações.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 21/08/2021
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