PARA BONS ENTENDEDORES

Se eu penso e resisto, porque logo existo,

Já me distancio de quem nunca pensa

E, nessa distância, tem dúvida imensa,

Que teimo em tirar ante o fator previsto.

Sabendo diverso daquilo que é visto

Claramente insisto que possa aclarar,

Embora que até nem consiga explicar

Como é que, de fato, pode acontecer

Eu ter um pensar que me faça entender

Nos dez de galope na beira do mar.

Eu sou simplesmente assim do meu jeito.

Encaro uma vida com diversidade.

Denoto o que está por trás da qualidade.

Percebo a razão antes do preconceito.

Não marco um esquerdo antes de ver direito.

Contato o sujeito pelo predicar.

Procuro entender pra poder explicar,

O que certamente vai ser entendido,

Eu mais considero o que é tido e havido

Nos dez de galope na beira do mar.

No mais fundo d'alma que existe na gente

Se faz eloquente silêncio gritante.

Revela um saber muitíssimo importante

Que vive trancado no cofre da mente.

Com fato contido, vai ser abrangente,

Sem que nem se saiba onde ele vai parar,

Mostrando o que tem e do que vai constar,

Na frente passando da vil discussão,

Preciso, é mormente de elucidação,

Nos dez de galope na beira do mar.